sábado, 14 de novembro de 2009

Imperatriz Mãe do Brasil



Maria Elisabeth Franziska Theresia Josefa von Wittelsbach und Croy-Solre, Princesa da Baviera, nasceu aos 9 de setembro de 1914, no Castelo de Nymphenburg, em Munique, capital do então Reino da Baviera, na Alemanha.


É a segunda filha de S.A.R. o Príncipe Real Franz da Baviera (*1875 †1957), filho de Ludwig III, último Rei reinante da Baviera, e de S.A.S. a Princesa Isabelle de Croy (*1890 †1982). Sua madrinha era sua tia-avó, a Princesa e Duquesa Marie Salvatrix de Arenberg (*1874 †1957), Princesa Étienne de Croy.


A Princesa Maria nasceu no início da I Guerra Mundial. Grande parte de seus parentes, inclusive seu próprio Pai, o Príncipe Franz, que era General do Exército Real bávaro, tiveram que lutar nesse terrível fratricídio. Ela teve uma infância e juventude bastante problemática, em virtude dos regimes que se foram estabelecendo na Alemanha, após o desastroso fim da Guerra. Em 1918, seu avô, o Rei Ludwig, teve que abdicar ao trono e partir para o exílio, juntamente com a Família Real, pois um bando de comunistas instalou-se no poder em Munique, proclamando uma república. Ele morreu em 1921, na Hungria.Sua segunda infância e adolescecência a Princesinha Maria a passou toda no Castelo de Sarvar, na Hungria, propriedade herdada por sua Avó, a Rainha Maria Theresia, que era nascida Asburgo-Este (Princesa de Módena, Arquiduquesa da Áustria, Princesa da Hungria, etc.)


A Família Real retornou à Baviera nos anos 30. Contra a popularidade dos Wittelsbach nada se podia fazer e o governo republicano se viu obrigado a lhes devolver os castelos e bens confiscados, ou pelo menos grande parte deles. Aliás, até no governo da República, existiam monarquistas!


Os tempos na Alemanha do pós-guerra foram sombrios, sobretudo na Baviera; o famoso putsch dos nazistas ocorreu em Munique. Preocupado com a ascensão dos ideais totalitaristas, pela sua extremada fidelidade aos princípios da Religião Católica, contrária a qualquer regime opressivo - e especialmente no caso do nazismo, anti-semita -, o Príncipe Senhor Rupprecht (*1869 †1955), Chefe da Casa Real da Baviera, a quem em 1933, ofereceu-se a restauração do Trono, logo desarticulada pelo temor às gigantescas fileiras extremistas que vinham se formando, desde a morte de seu Pai em 1921, decidiu declarar-se publicamente adversário de Adolf Hitler e seus comparsas. Tal bravura custou caro a ele e aos seus. Os membros da Família Real tiveram de fugir para a Itália; sua segunda esposa, a Princesa Senhora Antonia (*1899 †1954), nascida Nassau-Weilburg (Princesa de Luxemburgo), foi interceptada pela milícia nazista, que aprisionou-a em Buchenwald, e lhe torturou impiedosamente. Em decorrência disso, ela faleceu anos depois.


A Princesa Maria recebeu dos Pais esmerada educação. Fala fluentemente o Alemão, o Francês e o Português. De suas preceptoras inglesas, pôde ainda adquirir uma prática invejável nessa Língua, a qual infelizmente perdeu-se com o tempo. É pintora, especializada em porcelanas, arte tradicional da Baviera.Em 19 de agosto de 1937, pouco antes do início da II Guerra, ela foi desposada, tendo oficiado a cerimônia Sua Eminência o Cardeal Faulhaber, Arcebispo de Munique, na Capela do Castelo de Nymphemburg, por S.A.I.R. o Príncipe Senhor D. Pedro Henrique (*1909 †1981), Chefe da Casa Imperial do Brasil... e a bela Princesa bávara tornou-se a Imperatriz do Brasil no exílio!


O casamento serviu de pretexto ao Duque da Baviera para enfrentar o Governo Nazista; afinal, compareceram dois Soberanos e diversos Chefes de Casa da Europa, entre os quais o Rei exilado de Espanha, D. Alfonso XIII e a Grã-Duquesa de Luxemburgo, Charlotte I; os altos comandantes alemães não foram convidados...


Na França, onde residia nossa Família Imperial, nasceram seus quatro primeiros Filhos: o Príncipe Imperial D. Luiz (*1938), o Príncipe D. Eudes (*1939), o Príncipe D. Bertrand (*1941) e a Princesa D. Isabel (*1944).Em 1945, findada a Segunda Grande Guerra, o Casal Imperial finalmente chegou ao Brasil. Aqui, foram primeiramente instalados no Palácio do Grão-Pará, em Petrópolis, logo partindo porém a uma casa no bairro do Retiro, onde nasceram o quinto e o sexto Filhos: o Príncipe D. Pedro de Alcantara (*1945) e o Príncipe D. Fernando Diniz (*1948).Na Cidade Maravilhosa vem ao mundo mais um Imperial Infante, o Príncipe D. Antonio João (*1950). Em 1951, o Senhor D. Pedro Henrique adquire uma propriedade agrícola, a Fazenda Santa Maria, na cidade de Jacarezinho, interior do Estado do Paraná, onde a Família irá residir até 1964.No Paraná, nascem os últimos cinco filhos de Dom Pedro Henrique e Dona Maria: a Princesa D. Eleonora (*1952), o Príncipe D. Francisco (*1955), o Príncipe D. Alberto (*1959) e as Princesas gêmeas D. Maria Thereza e D. Maria Gabriela (*1959).


Em 1965, a Família Imperial já está morando em Vassouras, cidade do interior do Estado do Rio de Janeiro, cuja fama é remanescente do Império, quando era um polo cafeeiro. Em 5 de julho de 1981, o Príncipe Senhor D. Pedro Henrique falece em Vassouras. Seus funerais, aos quais comparecem centenas de monarquistas de todo o Brasil, foram uma grande demonstração do encanto, da magia, que o antigo regime ainda exerce sobre nós. O Príncipe, a quem seu primogênito e sucessor costuma denominar "Condestável das Saudades e da Esperança", foi pranteado por figuras ilustres das sociedades civil e militar brasileiras.


Seu filho mais velho, o Príncipe Senhor D. Luiz, ascendendo à Chefia da Casa Imperial, Dona Maria tornou-se a Princesa Mãe (ou Imperatriz Mãe) do Brasil. Ela, que sempre recorda docemente o carinho com que foi recebida pelos brasileiros, ao desembarcar aqui em 1945, continua a cumprir, embora numa escala bem menor, suas obrigações sociais, não desleixando nunca das religiosas. É sobretudo prazeroso à Princesa Mãe o auxílio na educação dos netos, que já beiram a casa dos trinta.


Ela é considerada uma "mulher do Evangelho", nas palavras do Bispo D. José Carlos de Lima Vaz SJ (atual titular da Diocese de Petrópolis): os exílios, revoluções, perseguições e privações de toda ordem pelos quais passou, resignando-se e orando, desde o seu nascimento, confirmam esta idéia.


"Dona Maria da Baviera", como é chamada pela sociedade brasileira, tem dividido seu tempo entre o Sítio Santa Maria, em Vassouras, onde seus netos lhe cercam aos fins de semana, o Castelo de Beloeil, na Bélgica, onde reside a Princesa D. Eleonora e seus filhos, os Castelos de Berg e Leutstetten, na Baviera, onde ela revê seus irmãos, sobrinhos e primos reunidos e, finalmente, Tervuren, no interior da Bélgica, onde agora reside a Princesa D. Maria Thereza de Orleans e Bragança.


Sua Alteza é Dama das Veneráveis Ordens de Santa Isabel e Santa Teresa, da Baviera e é Dama Grã-Cruz de Justiça de todas as Imperiais Ordens do Brasil e da Ordem Constantiniana de São Jorge, das Duas Sicílias.


fonte: Imperial e Real




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