"Nós, os monarcas, somos incontestavelmente constantes em um mundo em constante transformação. Pelo motivo de termos estado sempre aqui, mas também por não nos envolvermos na política cotidiana. Estamos informados das mudanças políticas que acontecem em nossas sociedades, mas não fazemos comentários sobre isso. É nisso que assumimos uma posição única. Nenhum dos outros monarcas europeus interfere na política."

Margarethe II, Rainha da Dinamarca

sábado, 6 de agosto de 2011

Coragem e generosidade

Se o futuro do Brasil está nas mãos dos estudantes e quem os representa é a UNE, então é bom começar a pensar em um plano B. 


Em artigo no jornal “O Globo”, o novo presidente, Daniel Iliescu, nem tão novo assim, porque tem 26 anos e já poderia estar formado e trabalhando, nega ser chapa branca argumentando que a UNE é preta, vermelha, amarela, de todas as cores. Que fofura! Igualzinha ao comercial do agrobusiness com Lima Duarte na televisão.
O companheiro Iliescu afirma o pluralismo da entidade, que tem filiados de todos os partidos, embora seja um braço do PC do B governista há mais de nove anos. Para ele a presença de 10 mil estudantes no congresso de Goiânia “é indicativo de uma juventude corajosa, generosa e mobilizada”. Que coragem! Que generosidade ir a uma boca livre oferecida pela Petrobrás. Mas ao menos ele reconhece que a grande maioria dos estudantes não se interessa pelos partidos nem pela UNE. Melhor assim. A UNE está cada vez mais parecida com um sindicato lulista.
A pérola de seu artigo é a justificativa do patrocínio oficial à UNE comparando-a aos principais veículos da imprensa brasileira “que recebem milhões de reais em verbas publicitárias e não tem sua independência e seu senso critico questionados.”
A grande mídia pode ser independente porque não vive só de anúncios oficiais, como os “blogueiros progressistas”. A Petrobrás precisa anunciar para vender mais óleo e gasolina e não para comprar opiniões. Talvez nem seja o caso de estudar mais, bastaria ler jornais e revistas.
O pior é tentar fugir da chapa branca alegando que “as principais bandeiras da UNE tem pontos de dissenso com o governo federal”, tipo o governo quer dar 7% do PIB ao Plano Nacional de Educação e a UNE quer 10%. Mas hoje o que mais falta para a educação não é dinheiro, é bom uso dos recursos, menos roubo e melhor qualidade do ensino.
A UNE também é “radicalmente contra as abusivas taxas de juros do Banco Central e a favor de mais investimentos e desenvolvimento”, mas quem não é? Resta aos caras-pintadas ir para as ruas com coragem, generosidade e mobilização e derrubar os juros.
Fonte: O Estado de S. Paulo, 29/07/2011

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