"Nós, os monarcas, somos incontestavelmente constantes em um mundo em constante transformação. Pelo motivo de termos estado sempre aqui, mas também por não nos envolvermos na política cotidiana. Estamos informados das mudanças políticas que acontecem em nossas sociedades, mas não fazemos comentários sobre isso. É nisso que assumimos uma posição única. Nenhum dos outros monarcas europeus interfere na política."

Margarethe II, Rainha da Dinamarca

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

ESTADISTA – homenagem a quem de direito.





Em várias ocasiões da nossa História, tomamos conhecimento da vontade de alguns expertos políticos quererem transformar aos olhos do povo algum de seus pares, elegendo-o um Estadista. 


Entretanto, demonstram primeiramente total desconhecimento do que realmente é ser “um”, segundo, tentam iludir o povo para que através da vontade deste pretenso eleito, aqueles formem opinião muita das vezes contrárias a sua vontade, em terceiro, e mais grave, a meu ver, é o desrespeito a quem de direito. E esse desrespeito tem seu endereço certo, pois em não podendo reconhecer o verdadeiro Estadista sob pena de ratificarem um fracasso, cometem a maior das injustiças e privam não só ao povo, mas também a algum patriota que queira seguir seu exemplo. Se não vejamos. 



Dom Pedro de Alcântara João Carlos Leopoldo Salvador Bibiano Francisco Xavier de Paula Leocádio Miguel Gabriel Rafael Gonzaga de Bragança e Habsburgo mais tarde chamado de “O Magnânimo”, nasceu, no Paço de São Cristóvão na Cidade do Rio de Janeiro, em 2 de Dezembro de 1825. Foi o segundo e último Imperador do Brasil de fato, vindo a falecer exilado em Paris, no dia 5 de Dezembro de 1891. Precisamente dois anos e vinte dias após a Proclamação de Republica no Brasil, ou melhor dizendo, após ter sofrido a maior traição de sua vida cometida por seu amigo pessoal Marechal Deodoro da Fonseca. 




Desde muito cedo, dom Pedro II teve por parte de seu pai e de seus educadores, grande influência sobre a visão em relação às etnias e culturas existente em sua época. Na verdade um período bem conturbado, onde era comum a existência da separação racial, entretanto ele sempre demonstrou aversão a tais fatos e nunca se deixou convencer desta diferenciação, tratando a todos com igualdade e respeito. Tanto que um dos poucos e sinceros amigos que possuiu se chamava Rafael, um negro, veterano da Guerra da Cisplatina que trabalhou no paço como seu criado particular. A amizade de ambos perdurou até o fim do regime monárquico e Rafael inclusive foi um de seus acompanhantes em uma de suas viagens ao exterior.




O sentimento que tinha sobre a escravidão era fruto da sua criação e por essa razão percebera o grave erro que seria manter e apoiar o regime escravocrata no Brasil. Por outro lado, tinha consciência de que não poderia de forma alguma abolir a escravidão de uma hora para outra e não o fez, pois corria o sério risco de iniciar uma guerra no País contra aqueles que se utilizavam desse expediente para manter suas riquezas. O que para muitos este pensamento não passava de uma fraqueza. Dom Pedro II ciente disso, mas determinado a levar avante seu projeto de extinguir com a escravidão resolveu fazê-lo gradativamente, bem dizer em etapas, e por iniciativa pessoal mandou libertar todos os escravos que recebera como parte de sua herança quando foi declarado maior de idade. Há quem diga, ter sido este o seu primeiro ato como Imperador, demonstrando claramente sua posição contrária a escravatura e sua vontade em ver seus semelhantes livres. 




Apresentava-se desta forma, aos brasileiros, um virtuoso Cristão, aquele que viria a ser o mais sério de todos os governantes que nosso País já conheceu.




Mas este grande Estadista não ficaria só neste ato. Mais tarde por volta da década de 40 por sua iniciativa pressionou nossos políticos a extinguirem o tráfico de escravos, chegando a ameaçar abdicar a ter que conviver com este tipo de comércio. Seu esforço não foi em vão e em 4 de Setembro de 1850 era promulgada a lei que extinguia o tráfico e o tornava ilegal.




Sua vontade em extinguir gradativamente a escravidão não se apagara e foi revelado publicamente na Fala do Trono de 1866, fato esse, que resultou na resistência interna, sendo atacado não só por políticos, mas também pela sociedade em geral que achavam que tal medida seria um suicídio nacional. Isto e mais o conflito com o Paraguai retardaram seu projeto, mas não esmoreceram sua luta. Obtendo sucesso assim que terminado o conflito com a nova lei promulgada em 18 de setembro de 1871, concedendo liberdade a todos os filhos nascidos de escravas a partir daquela data.




Dom Pedro II sabia que com a extinção do tráfico e o não nascimento de escravos restava agora libertar os escravos com mais de 60 anos para que a escravidão deixasse de existir também no Brasil. Seria só uma questão de tempo. Assim foi com o apoio de Manuel Dantas e em seguida, após a queda deste, Antônio Saraiva, que conseguiu promulgar em 28 de setembro de 1885 a Lei dos Sexagenários.




Todas essas medidas não abalaram a economia do País e permitiram aos grandes fazendeiros buscar novas alternativas de mão de obra, entretanto ainda existia uma parcela de escravos a ser libertado, o que veio a acontecer três anos mais tarde, em 13 de maio de 1888. Mesmo não tendo participação na promulgação da Lei Áurea, por ter viajado a Europa, dom Pedro II ao tomar conhecimento do ocorrido sentiu-se muito feliz por ter conseguido realizar o sonho cultivado desde sua juventude e emocionado declarou, ainda no seu leito de enfermo, sermos um “Grande Povo”




Este sim foi o melhor governante que nosso pais conheceu e podemos dizer, sem medo de errar ou cometer alguma injustiça com algum outro, um Estadista.



por: Fernando Antonio Pereira

Um comentário:

  1. Precisamos cada vez mais divulgar o valor da Família Imperial, para que nosso povo tome conhecimento do que é retidão de caráter e assim entender que a Monarquia é sem dúvida a melhor forma de governo para o Brasil.

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