"Nós, os monarcas, somos incontestavelmente constantes em um mundo em constante transformação. Pelo motivo de termos estado sempre aqui, mas também por não nos envolvermos na política cotidiana. Estamos informados das mudanças políticas que acontecem em nossas sociedades, mas não fazemos comentários sobre isso. É nisso que assumimos uma posição única. Nenhum dos outros monarcas europeus interfere na política."

Margarethe II, Rainha da Dinamarca

sábado, 30 de agosto de 2008

O Brasil e os cegos.



por: Dom BERTRAND DE ORLEANS E BRAGANÇA.


A artificial popularidade de Lula parece ter se esvaído, de um momento para o outro, como um encantamento que perde sua sedução O BRASIL vive uma conjuntura inesperada e que causa perplexidade.Fatores até contraditórios parecem conjugar-se, gerando situações ora confusas, ora auspiciosas, ora trágicas, ora reveladoras.


Dir-se-ia que uma misteriosa mão revolveu o tabuleiro de xadrez da conjuntura político-social brasileira, derrubando certas peças, trocando outras de lugar, fazendo com que umas perdessem seu sentido e outras se sentissem confusas e desnorteadas. Sou obrigado a concordar com o deputado Fernando Gabeira -em cujos antípodas ideológicos me encontro- quando escreveu, há dias, nesta Folha: "Há algo no ar além dos poucos aviões de carreira. É uma sensação de que o governo, diante da crise, deixou de fazer sentido, deixou de dizer coisa com coisa. As pessoas não acreditam ainda no que estão ouvindo" ("A bruxa na cabeça", 28/7, pág. A2).


Por que afinal o governo "deixou de fazer sentido"? E terá sido apenas o governo? Relembro aqui razões pertinentes, já exaustivamente apontadas: a generalizada incompetência; o aparelhamento do Estado pelo PT e partidos aliados; um governo voltado para a autolouvação e a propaganda; a submissão de todos os atos políticos a uma ideologia. Há, entretanto, a meu ver, uma razão mais profunda que vejo pouco mencionada ou referida sem o devido destaque.


Obcecados por uma ideologia utópica, com tintas de fanatismo, Lula, seus colaboradores e conselheiros mais próximos muito falam do povo, mas pouco conhecem dele. O que se nota em suas convicções -melhor diria, em suas crenças- e modos de atuar é um desconhecimento fundamental da índole de nossa gente.


Inúmeros historiadores, sociólogos e analistas de renome se debruçaram e escreveram sobre ela. Sirvo-me aqui das palavras de Plinio Corrêa de Oliveira, um dos pensadores e homens de ação que, a meu ver, com maior acuidade discorreram a respeito dos traços de alma, dos sentimentos, da mentalidade de nosso povo: "O povo brasileiro se destacou desde as origens, por seu caráter ameno, afetivo e cordato. Ademais, habituou-se ele a considerar com otimismo as várias crises econômicas por que tem passado. Ele confia em Deus ("Deus é brasileiro", afirma um velho dito popular). (...) Com "jeitinho" (o "jeitinho" é uma instituição nacional), bonomia e paciência -julga a imensa maioria dos brasileiros- tudo se arranjará. O brasileiro é infenso à ansiedade.


Detesta rixas. Cuida pacatamente de si e de sua família e considera com um olhar algum tanto desinteressado e cético a política e os políticos (...). Em comparação com o imenso contingente populacional assim disposto, publicistas, políticos etc. representam uma minoria que por certo faz ruído, pois está nos postos-chaves de onde o ruído se difunde sobre as multidões. Mas essas multidões constituem um povo que pouca atenção dá a tal ruído" ("Sou Católico: Posso Ser contra a Reforma Agrária?", Vera Cruz, 1981, pp. 57 58).


Talvez por esse motivo a tão simbólica vaia do Maracanã tenha deixado surpreso e desorientado o presidente Lula e desconcertados seus assessores; talvez por esse motivo políticos petistas e aliados se tenham dedicado a exercícios abstratos e especulativos sobre os motivos da vaia em vez de se voltarem para o país profundo, que está mudando de modo irreversível. A artificial popularidade de Lula, mantida à custa de uma fabulosa máquina de propaganda, regada generosamente a números de pesquisas, tratada com uma cuidadosa ausência de oposição, parece ter se esvaído, de um momento para o outro, como um encantamento que perde sua sedução.


O terrível e trágico acidente da TAM, dias depois, teve o condão que, paradoxalmente, têm certas tragédias, de operar um choque salutar nos que arrastavam indolentemente sua insatisfação. Num clarão de dor e de morte, aos olhos de grande parte dos brasileiros se tornaram patentes o descomunal desastre e a imensa tragédia histórica para a qual o chamado lulo-petismo arrasta a nação.


Pela primeira vez, das camadas profundas da sociedade surgem manifestações de inconformidade ativa, de um descontentamento que há muito germinava e só o lulo-petismo parecia não levar em conta, em sua marcha utópica por cima do Brasil. Afinal, só isso explica as reações absurdas como a tristemente célebre frase da ministra Marta Suplicy; o escárnio da afirmação do ministro Guido Mantega; o sumiço do presidente Lula ante uma tragédia sem nome; os gestos desqualificados de Marco Aurélio Garcia; as piadas presidenciais e as gargalhadas na posse do novo ministro da Defesa.


Parecem não saber avaliar o desgaste profundo de seu projeto de poder nas mentalidades. E o desgaste das multidões é um dos fenômenos mais difíceis de ser revertido. Afinal, não se caminha impunemente ao arrepio de um povo, sobretudo quando sobre esse povo pairam os desígnios e a proteção da virgem Aparecida. Mas, para o lulo-petismo, tudo se reduz a uma disputa eleitoral, tudo é golpismo. O pior cego é aquele que não quer ver: e o Brasil está aí, aos olhos de todos... menos dos cegos.

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Casa de Bragança



Brasão dos Duques de Bragança



A Casa de Bragança foi fundada pelo rei D. João I e pelo Condestável D. Nuno Álvares Pereira, concorrendo ambos para o seu estabelecimento pelos dotes que o primeiro fez a seu filho D. Afonso, o primeiro duque de Bragança, e o segundo à sua filha D. Beatriz Pereira Alvim, pelo casamento de ambos realizado em Frielas, no dia 1 de Novembro de 1401 (era de 1439).

O dote atribuído pelo rei D. João I consta da carta de doação, datada em Lisboa no dia 8 de Novembro de 1401 (1439): terras e julgados de Neiva, Danque, Parelhal, Faria, Rates, Vermoim, com todos os seus bens e coutos.

O dote feito por D. Nuno Álvares Pereira, consistia na vila e castelo de Chaves, com seus termos, terras e julgado de Monte Negro; no castelo e fortaleza de Monte Alegre; terras do Barroso e Baltar; Paços e Barcelos; quintas de Carvalhosa, Covas, Canedos, Seraes, Godinhaes, Sanfims, Temporam, Moreira e Piusada; e nos casais de Bustelo.

O rei D. João I, conjuntamente com a

rainha Dona Filipa, e com o infante D. Duarte, verificou a doacção, e acrescentou terras em Penafiel, Bastos e Coutos das Vargeas.
Também D. Nuno Álvares Pereira acrescentou, por carta de 4 de Abril de 1460 (confirmada pelo rei D. Duarte), o condado e Vila de Arraiolos, rendas e direitos de Montemor, Évora Monte, Estremoz, Souzel, Alter do Chão, Fermosa, Chancelaria, Assumar, Lagomel, Vila Viçosa, Borba, Monsaraz, Portel, Vidigueira, Frades, Vilalva, Ruivas, Beja, Campo de Ourique, e padroados de S. Salvador de Elvas e Vila Nova de Anços.

O duque, D. Fernando I era filho segundo do 1º duque, sucedendo no ducado por morte do seu irmão. Depois da referida doação de D. Nuno Álvares Pereira, por virtude de escambo realizado em 10 de Novembro de 1424, entre o duque D. Fernando I e sua irmã D. Isabel, e seus descendentes, foram acrescentadas as terras de Paiva, Tendais e Lousada, confirmado em 9 de Dezembro desse ano pelo rei D. Duarte

.
Assim se formou a Sereníssima Casa de Bragança. Era então a mais rica de Portugal.

O duque D. Fernando I tomou parte na expedição de Tânger, onde foi condestável, sendo depois governador de Ceuta. O rei D. Afonso V lhe fez a graça de elevar Bragança à categoria de cidade.

O poder da Casa de Bragança veio a ser depois suprimido por D. João II. O Rei

D. João II foi um homem cioso do seu poder e firme na convicção de o conservar. D. João II prendeu, julgou, num processo judicial muito mal explicado, e executou por degolação na Praça do Giraldo em Évora, D. Fernando II, o terceiro duque, sob acusações de traição e correspondência gravosa com o rei de Castela. Em consequência, as terras dos Duques foram anexadas aos bens da Coroa e o herdeiro da Casa Ducal, D. Jaime, de apenas 4 anos, foi desterrado para Castela.
O Rei
D. Manuel I, sucessor de D. João II, era tio de D. Jaime de Bragança e, em 1500, convida-o a regressar à Corte, devolvendo-lhe os títulos e terras do ducado que o anterior rei retirara. D. Jaime ordenou a construção do Palácio Ducal de Vila Viçosa, que havia de se tornar numa das residências reais no século XVII. Mas este Duque não se limitou a levantar o Paço de Vila Viçosa. Remodelou diversas outras residências ducais - como é o caso dos castelos de Ourém e Porto de Mós, que foram restaurados por sua ordem e adaptados das suas funções militares a residências castelares.


D. João I, o sexto duque, casou com a princesa D. Catarina de Portugal e foi o pai do corajoso D. Teodósio II, que lutou na batalha de Alcácer-Quibir (1578) com apenas 10 anos. Entretanto, a Dinastia de Aviz entrava numa crise. Com o desaparecimento do Rei D. Sebastião nesse ano, o trono fora herdado pelo Cardeal D. Henrique, um homem idoso e sem descendência, devido ao seu voto de celibato.
Ainda tentou pedir ao Papa que o dispensasse dos votos para poder casar e dar um herdeiro à Coroa, mas morreu antes de uma resposta. Quando D. Henrique morreu, o Rei
Filipe II de Espanha tornou-se rei de Portugal como Filipe I, e o país perdeu a independência. Seguir-se-iam 60 anos de domínio espanhol, com três reis espanhóis - Filipe I, Filipe II e Filipe III.

Em

1640, as políticas astutas de Filipe III, no que toca a Portugal, tinham terminado. O país tinha impostos demasiado altos e o rei espanhol já não tinha a confiança dos nobres portugueses. Filipe III de Portugal era odiado em especial pelos mercadores e pequenos comerciantes, que se sentiam asfixiados pelos pesados impostos. Portugal encontrava-se à beira de uma revolução e novo rei tinha que ser encontrado.
Logo se reuniu uma conjura de nobres que queriam a separação das coroas portuguesa e espanhola. Tinham de escolher, no rol de parentes afastados dos últimos reis de Portugal, um candidato que se adequasse aos seus requisitos. A escolha recaiu sobre
D. João II, Duque de Bragança. O Duque de Bragança aceitou a chefia da rebelião e tornou-se Rei de Portugal a 1 de Dezembro de 1640, iniciando assim a quarta dinastia, ou dinastia de Bragança.

Depois da ascensão dos Duques de Bragança à coroa, o título de Duque de Bragança passou a ser atribuído ao herdeiro Presuntivo da coroa. Note-se que alguns príncipes, filhos secundogénitos, que ascenderam ao trono, como foi o caso de D. Pedro II, D. Miguel I, D. Luís I, ou D. Manuel II, não usaram o título.

Os bens da Casa de Bragança estiveram sempre separados dos da Casa Real, o próprio Rei D. João IV, por Carta de Lei, impôs a separação completa das duas administrações (a dos bens da Coroa e a dos bens da Casa de Bragança, que continuava a ser um património familiar, posto à disposição do herdeiro do Trono). Após o triunfo do

liberalismo, em 1834, que aboliu os morgadios em Portugal, foi feita uma lei que criou um regime de excepção para a Casa de Bragança.
Deste modo, a administração dos bens que constituíam o vínculo da Casa de Bragança transitava para o
Príncipe Real quando este completava 21 anos, uma vez que o Príncipe que estivesse na situação de herdeiro da coroa, ostentava o título de Duque de Bragança.

Em

1 de Fevereiro de 1908, D. Carlos I foi assassinado juntamente com o seu herdeiro, o Príncipe Real D. Luís Filipe, o 21.° Duque de Bragança. Foi sucedido por D. Manuel II até à implantação da República em 5 de Outubro de 1910, tendo embarcado na Ericeira para o exílio no Reino Unido dias depois.
Após a

revolução de 1910, os bens da Casa de Bragança não transitaram para o Estado, considerando a República que esses bens seriam bens particulares da família Bragança, cuja administração pertencia a D. Manuel de Bragança, o rei exilado. No entanto, argumentando a velha questão dos adiantamentos feitos pelo Estado à Coroa (no reinado de D.Carlos), a República julgou que deveria ser a Casa de Bragança a liquidar esses valores. Pressionado porém pelo Governo Inglês, em 1915, o governo da República atribuiu a D. Manuel a livre administração de todo o património familiar.
Em 1915, D. Manuel II, no seu testamento, manifestou vontade de os seus bens particulares em Portugal ficarem à disposição do país. D. Manuel II não dispôs naturalmente dos bens da Casa de Bragança, destinados ao herdeiro do trono de Portugal e, como tal, não susceptíveis de disposição em testamento. Após a morte de D. Manuel, em 1932, as suas únicas herdeiras (a viúva,

D. Augusta Vitória e a mãe, Rainha D. Amélia) renunciaram às suas heranças. O Estado Português, porém, considerando que D. Manuel II morrera "sem descendente, nem sucessor" no trono de Portugal, apropriou-se dos bens da Casa de Bragança constituído com esse património, e com o património privado do falecido monarca, a Fundação da Casa de Bragança.
Os Duques de Bragança

1.º)
D. Afonso I (1370-1442-1461), filho ilegítimo de D. João I de Portugal, casa com D. Beatriz Pereira Alvim, filha do condestável D. Nuno Álvares Pereira.
2.º)
D. Fernando I (1403-1461-1478), governador de Ceuta.
3.º)
D. Fernando II (1430-1478-1483), executado por traição por ordem de D. João II, Rei de Portugal.
4.º)
D. Jaime I (1479-1500-1532), jurado Príncipe herdeiro de Portugal provisório, constrói o palácio ducal de Vila Viçosa.
5.º)
D. Teodósio I (1520-1532-1563).
6.º)
D. João I (1543-1563-1583), casa com a Infanta D. Catarina, pretendente ao trono de Portugal.
7.º)
D. Teodósio II (1568-1583-1630), presente na batalha de Alcácer-Quibir com apenas 10 anos de idade.
8.º)
D. João II, depois D. João IV, Rei de Portugal (1604-1630-1656), aclamado rei de Portugal a 1 de Dezembro 1640 (Restauração da Independência)
9.º)
D. Teodósio III, simultaneamente D. Teodósio, Príncipe do Brasil (1634-1645-1653)
10.º)
D. Afonso II, depois D. Afonso VI, Rei de Portugal (1643-1653-1683)
11.º)
D. João III, depois D. João V, Rei de Portugal (1689-1750)
12.º)
D. José I, depois D. José I, Rei de Portugal (1714-1750-1777)
13.ª)
D. Maria I, depois D. Maria I, Rainha de Portugal (1734-1777-1816)
14.º)
D. José II, simultaneamente D. José, Príncipe do Brasil (1761-1788).
15.º)
D. João IV, depois D. João VI, Rei de Portugal (1767-1788-1826)
16.º)
D. Pedro I, simultaneamente D. Pedro IV, Rei de Portugal (1798-1831-1834))
17.ª)
D. Maria II, depois D. Maria II, Rainha de Portugal (1819-1826-1853)
18.º)
D. Pedro II, depois D. Pedro V, Rei de Portugal (1837-1853-1861)
19.º)
D. Carlos I, depois D. Carlos I, Rei de Portugal (1863-1889-1908), morto com o seu herdeiro
20.º)
D. Luís I, simultaneamente D. Luís Filipe, Príncipe Real de Portugal (1887-1908), herdeiro presuntivo do Trono, assassinado juntamente com o seu pai.

D. Manuel II, Rei de Portugal, filho de D. Carlos I, faleceu no exílio em 1932, sem descendência.

Em

1950, a linhagem miguelista da família Bragança, até então banida, foi autorizada a regressar a Portugal.
Os descendentes de
D. Miguel I (o tradicionalista), irmão de D. Pedro IV (o libertador). Em 1834, no final da guerra civil, esta linhagem foi banida de Portugal e perdeu todos os direitos de cidadania, de nobreza e de pretensão ao trono. Esse banimento foi revogado em 1842 com a queda da Constituição de 1838, mas foi retomado na implantação da República, em 1910, sendo então alargado a toda a família real de Bragança.

Em 1950, foi definitivamente revogado pela Assembleia Nacional da Segunda República Portuguesa. Os membros desta linhagem, onde se inclui
D. Duarte Pio, consideram-se como sendo os legítimos sucessores do trono (facto que reclamaram mesmo durante a Monarquia Constitucional). Assim sendo, reivindicaram:

D. Miguel II de Bragança
D. Duarte Nuno de Bragança
D. Duarte Pio de Bragança

O Panteão dos Duques de Bragança, em

Vila Viçosa, abriga os restos mortais de diversos membros desta família; a maior parte dos monarcas desta dinastia foram sepultados no Panteão dos Braganças, numa das alas do Mosteiro de São Vicente de Fora, em Lisboa.

A Casa Imperial do Brasil representa a parte mais velha, contudo feminina, do ramo português da Casa de Bragança.

O Reino do Brasil foi estabelecido por Dom João VI, quando era o então Regente de Portugal, no exílio, no Rio de Janeiro, durante as Guerras Napoleônicas. Após o seu retorno, relutante, para Portugal em 1821, o Brasil declarou a sua independência e proclamou o regente, seu filho e herdeiro, como Imperador, com o nome de Dom Pedro I, no dia 1 de outubro de 1822. Dom Pedro I abdicou em favor de seu filho, Dom Pedro II, e voltou a Portugal em 1831.

Ele tinha herdado de seu pai aquele reino em 1826, e abdicou daquele trono em favor de sua filha, Dona Maria. Dom Pedro II foi forçado a deixar o governo por causa de um golpe militar de estado, onde o Brasil era declarado como uma república em 15 de novembro de 1889.


TÍTULOS & TRATAMENTOS

O Soberano: Senhor Dom (nome reinante), Imperador Constitucional e Defensor Perpétuo do Brasil, com o tratamento de Sua Majestade Imperial. A esposa do Soberano: Senhora Dona (nome reinante), Imperatriz do Brasil, com o tratamento de Sua Majestade Imperial.

O Chefe da Casa Imperial: Príncipe ou Princesa do Brasil, com o tratamento de Sua Alteza Imperial e Real. O Herdeiro Presuntivo: Príncipe (ou Princesa) Imperial do Brasil, com o tratamento de Sua Alteza Imperial. O primogênito do Herdeiro Presuntivo: Príncipe (ou Princesa) do Grão-Pará, com o tratamento de Sua Alteza Imperial.

Os outros filhos do Soberano e seus descendentes da linha de sucessão: Príncipe ou Princesa do Brasil, com o tratamento de Sua Alteza.

Entretanto, costumou-se usar o tratamento de Sua Alteza Imperial aos que são herdeiros imediatos do Chefe da Casa Imperial, talvez, para destacá-los dos outros príncipes da Casa que não são dinastas.

Os filhos e descendentes de Dona Isabel, Princesa Imperial do Brasil, e de seu esposo, o Conde d'Eu, são reconhecidos como Príncipes e Princesas de Orleans-e-Bragança com o tratamento de Sua Alteza Real, desde 26 de abril de 1909.


REGRAS DE SUCESSÃO

Segundo o Artigo 117 da Carta Constitucional de 25 de março de 1824, a "descendência legítima sucederá no trono, segundo a ordem regular de primogenitura e representação, preferindo sempre a linha anterior às posteriores; na mesma linha, o grau mais próximo ao mais remoto; no mesmo grau, o sexo masculino ao feminino; no mesmo sexo, a pessoa mais velha à mais moça".

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Chefe da Casa Imperial do Brasil


O Senhor Dom Luiz de Orleans e Bragança - atual Chefe da Casa Imperial do Brasil - é primogênito e herdeiro dinástico do Príncipe Dom Pedro Henrique de Orleans e Bragança (1909-1981), admirável figura de brasileiro, chefe de família exemplar e artista de reconhecido talento; é neto de Dom Luiz de Orleans e Bragança (1878-1921) - cognominado o Príncipe Perfeito; bisneto da Princesa Isabel a Redentora, e trineto do Imperador Dom Pedro II.

Os Imperadores do Brasil, bem como os Reis de Portugal desde o século XVII, pertenceram à dinastia de Bragança, a qual teve sua origem em fins do século XIV, na figura heróica e legendária do Santo Condestável de Portugal, o Bem-Aventurado Dom Nun'Alvares Pereira.

Por sua Mãe, a Princesa Dona Maria da Baviera de Orleans e Bragança, Dom Luiz herda as tradições da Família de Wittelsbach, a Casa Real da Baviera, uma das mais antigas da Europa, pois tem sua origem no século IX, e célebre nos campos das artes e da cultura.

Por seu bisavô o Príncipe Gastão de Orleans, Conde d'Eu, esposo da Princesa Isabel e herói da Guerra de Marrocos e da Guerra do Paraguai, o atual Chefe da Casa Imperial do Brasil descende da Casa Real Francesa. Com efeito, provém ele em linha direta, por legítima varonia, de Hugo Capeto, que em 987 ascendeu ao trono da França; e de São Luís IX, o Rei-Cruzado que governou a França de 1226 a 1270.

Descendendo de Reis, Santos e Heróis, de Fundadores de Impérios, Cruzados e Artistas, Dom Luiz haveria de receber uma educação à altura das tradições que representa.

Foi intenção de seu Pai dar-lhe uma formação moral sólida, baseada nos princípios tradicionais da Santa Igreja. Ao mesmo tempo, desejou que ele tivesse uma cultura geral, um conhecimento em profundidade dos problemas do Brasil e do mundo, e um trato social condizentes com a alta posição que lhe estava destinada.

Por fim, desejou para seu primogênito o que a antiga Lei de Banimento não permitira para si próprio: uma educação no Brasil, entre brasileiros, e dentro das melhores tradições brasileiras.

Nascido em Mandelieu (França) em 6 de junho de 1938, foi batizado com o nome de Luiz Gastão Maria José Pio de Orleans e Bragança, na Capela do Mas-Saint-Louis, vila de sua Avó a Princesa D. Maria Pia de Bourbon-Sicílias de Orleans e Bragança, e registrado no Consulado Geral do Brasil em Paris.

Com a deflagração, em 1939, da Segunda Guerra Mundial, a Família Imperial ficou retida na França e impedida de transferir-se para o Brasil. Só após o término do conflito pôde Dom Luiz, então menino de sete anos, ver pela primeira vez a sua terra.

Fez os estudos secundários em parte no Paraná, onde seu Pai se instalara como fazendeiro, em parte no Rio de Janeiro, no Colégio Santo Inácio da Companhia de Jesus. Cursou depois o Colégio Universitário, em Paris, e foi concluir seus estudos na Universidade de Munique, onde cursou Química.

Nas horas vagas que lhe proporcionava o rígido curso universitário, e durante os períodos de férias, em que viajou por toda a Europa, aproveitou o jovem Príncipe para tornar mais conhecido o Brasil nos ambientes que freqüentava, a saber, os círculos da mais alta nobreza européia, e os meios universitários alemães, italianos e franceses.

Retornando ao Brasil em 1967, passou a residir em São Paulo, onde assumiu a direção do Secretariado de seu Pai, já então residente na sua propriedade rural em Vassouras, no Estado do Rio de Janeiro.

Com o falecimento de Dom Pedro Henrique, em 5 de julho de 1981, Dom Luiz ascendeu à condição de Chefe da Casa Imperial do Brasil.

A queda da Cláusula Pétrea na Assembléia Constituinte de 1987-1988, - para a qual concorreu Dom Luiz de maneira decisiva, com carta solidamente argumentada aos Senadores e Deputados pedindo a abolição daquele dispositivo discriminatório aos monarquistas - e a conseqüente convocação de um plebiscito em 1993 para decidir sobre a forma e regime de governo a vigorarem no país, projetaram Dom Luiz para uma situação de destaque que fora negada a seu Pai, primeiramente com a campanha para aquela consulta popular e depois com o cultivo do grande saldo por ela deixado - 13% dos votos válidos (mais do que o eleitorado da maior parte dos partidos políticos, em um pleito ardilosamente antecipado e no qual Dom Luiz, representante natural da forma monárquica de governo, ficou privado do indispensável acesso aos meios televisivos).

Assim, em contacto próximo com um grande número de brasileiros, que vêem na Casa Imperial uma luz e uma esperança em meio à revolta e confusa situação política, social, cultural e moral dos dias atuais, amargada por sucessivas frustrações proporcionadas por estas ou aquelas figuras ou propostas políticas, Dom Luiz faz sentir que o Brasil encontrará seu seguro caminho na fidelidade aos valores que o fizeram, no tempo do Império, grande e respeitado entre as nações.

Dom Luiz vem presidindo regularmente congressos e eventos de monarquistas realizados em diversas regiões do País, impressionando sempre seus auditórios pela profundidade, clareza e palpitação dos conceitos que emite.

Tem também viajado regularmente ao Exterior, proferindo conferências na Europa e nos Estados Unidos para públicos escolhidos e participando de eventos comprometidos com a sustentação dos valores tradicionais, notadamente os promovidos pela associação Noblesse et Tradition, que congrega o escol da nobreza européia.

Falando fluentemente três idiomas - o português, o francês e o alemão - e entendendo ainda o castelhano, o inglês e o italiano, Dom Luiz é senhor de sólida cultura, alicerçada em leituras sérias e prolongadas, especialmente de assuntos históricos e sociológicos, assim como no contato com a realidade viva da nação.

Como o Imperador Dom Pedro II, encontra no estudo um verdadeiro prazer. Mas, divergindo neste ponto de seu trisavô, gostou desde cedo da equitação e da caça, tendo mesmo, neste último esporte, conquistado alguns troféus. Nos últimos anos retomou a fotografia, revelando, na precisão das composições e na matização dos detalhes, o veio artístico dos dois ramos familiares. É ainda apreciador de música erudita, especialmente de compositores brasileiros da escola barroca.

Católico ardoroso e por isso mesmo infenso a todas as formas de socialismo, atuou desde jovem, com o vivo incentivo de seu Pai, em prol dos princípios fundamentais da Civilização Cristã, atividade esta a que continua a consagrar suas disponibilidades de tempo.

É Grão-Mestre da de Pedro I, da Ordem da Rosa e das demais Ordens Imperiais brasileiras. É ainda Grã-Cruz da Ordem Constantiniana de São Jorge, da Casa Real de Bourbon-Sicílias, Grã Cruz da Ordem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa (Portugal) e Bailio Grã-Cruz de Honra e Devoção da Soberana Ordem de Malta, além de membro-efetivo de diversos institutos culturais.

Ultimamente Dom Luiz tem dedicado um pouco do seu tempo à composição de memórias, nas quais vai registrando, a par de suas inúmeras recordações, comentários e juízos acerca dos acontecimentos e transformações que acompanhou em meio século de vida adulta. Tais escritos são aguardados com muito interesse por quantos o conhecem

Augusta Familia Imperial


                                                     
Família Imperial Brasileira

Sentados estão, Suas Majestades Imperiais D.Pedro II e D.Teresa Cristina.



O casal da esquerda são Sua Alteza Imperial D.Isabel ( a redentora ) e seu esposo D.Gastão de Orleãns ( conde D'eu )

Desse casal descende os Príncipes de Orleãns e Bragança e Príncipes do Brasil.




O casal a direita são Sua Alteza D. Leopoldina e Augusto de Saxe-Coburgo-Gotha ( Duque de Saxe)

Desse casal descende os Príncipe de Saxe - Coburgo e Bragança.