"Nós, os monarcas, somos incontestavelmente constantes em um mundo em constante transformação. Pelo motivo de termos estado sempre aqui, mas também por não nos envolvermos na política cotidiana. Estamos informados das mudanças políticas que acontecem em nossas sociedades, mas não fazemos comentários sobre isso. É nisso que assumimos uma posição única. Nenhum dos outros monarcas europeus interfere na política."

Margarethe II, Rainha da Dinamarca

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

O significado da Monarquia hoje


Duques de Cambridge

Muitas pessoas se espantam e passam a me considerar, no mínimo, um excêntrico quando tomam conhecimento de minhas idéias monarquistas.


De uma maneira geral, no nosso País, há uma razoável tolerância com quaisquer posições políticas situadas entre a centro-esquerda e a extrema-esquerda. Estas seriam as “forças progressistas”, o “Bem”. Por outro lado, quaisquer idéias consideradas de direita são rejeitadas.
São as “forças reacionárias”, o “Mal”. 


Esta é uma generalização sem qualquer fundamento, mas é
encarada como uma verdade absoluta. Sem entrar no mérito da questão, observo que o ideal monárquico foi enquadrado no segundo grupo.


Para a maioria do nosso povo, a idéia de Monarquia é a de um Rei absolutista, um tirano, cercado por nobres incompetentes e corruptos, como freqüentemente é mostrado em novelas e mini-séries de produção nacional. 


Na verdade, isto é um grande preconceito que foi incutido nas nossas crianças desde o 1º Grau e que acaba sendo levado pela vida a fora reforçado pela mídia. Não há, na verdade, qualquer razão real para considerarmos o regime monárquico como algo retrógrado e
digno do nosso desdém.


Entre os países com melhores índices de desenvolvimento humano, destacam-se as monarquias parlamentares, que seguem o modelo europeu. Mesmo as repúblicas mais desenvolvidas, com exceção dos Estados Unidos, são sempre parlamentaristas e jamais presidencialistas.


Nas repúblicas presidencialistas, em que o povo tem o duvidoso privilégio de escolher o Chefe de Estado, que também é o Chefe de Governo, o que se observa é uma crônica instabilidade política.


Os golpes, revoltas e revoluções se sucedem em irônica monotonia. Raramente dois presidentes consecutivos conseguem concluir o seu mandato constitucional. O povo passa fome e uma elite encastelada no poder é capaz de qualquer coisa para manter os seus privilégios.


É um absurdo pretender-se que a sucessão presidencial ocorra em prazos fixos, pois, a política é muito dinâmica e imprevisível. Quem começou o governo com grandes planos e altos níveis de popularidade pode cair em desgraça perante seus eleitores em 6 meses. Terá, então, de governar
sem respaldo popular por mais três, quatro ou cinco anos, a não ser que um golpe o derrube antes. 


O povo não deve ser chamado a participar da vida política apenas no dia das eleições, mas deve exercer um controle efetivo sobre o governo e isto somente é possível num sistema de governo parlamentarista com um monarca como Chefe de Estado.


No sistema parlamentarista, o governo cairá se perder o apoio do Parlamento e, se este não conseguir formar um novo governo, terá de se submeter a novas eleições. Assim, o controle do povo sobre os governantes é bem maior.


Por outro lado, um rei não precisa do apoio de partidos para permanecer no cargo. Ele pode ser o Chefe de Estado de todos e não apenas dos seus correligionários e simpatizantes, como acontece na República. Desta maneira, pode-se fazer oposição ao governo, resguardando-se a figura do
Chefe de Estado.


Assim, ao contrário do que muitos imaginam, a Monarquia Parlamentar é uma forma de governo ágil e moderna, que permite um maior controle do governo por parte dos cidadãos, ao mesmo tempo em que garante estabilidade política, maior desenvolvimento econômico e social e menor
corrupção.


Carlos Alexandre J. Bertolin

5 comentários:

  1. Entendo seus argumentos,contudo devemos supor que por conta do nascimento alguns irão se beneficiar em detrimento de parcelas da população que nunca irão obter o mesmo status nem benefícios. Estas pessoas sempre vão se encontar em posição social elevada por conta do nome e filiação. E o mérito onde fica? Concordo quando o senhor diz que as monarquias europeias se encontram na atualidade em posição social e econômica superior a verificada em grande parte do mundo, entretanto muito dessa melhoria se deve em função de lutas sociais, pois os monarcas europeus massacraram a camadas da população em suas revoltas!

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  2. A Monarquia é democrática nesse caso a Família Imperial teria os mesmo privilégios que hoje tem os Senadores, Deputados, Desembargadores etc.

    As Forças Armadas é uma instituição que forma soldados defensores e protetores da nação.

    A Casa Imperial forma lideres, representantes, defensores vitalícios da nação.

    Sua qualificação se da pelo fato que apenas eles "Príncipes do Brasil" descendentes do fundador da nação, manteve em sua formação familiar a intenção de estarem prontos para quando o Brasil assim os chamarem.

    Coisa que nenhum politico, por melhor que ele seja tem.

    Em questões sociais o monarca é o único que pode visualizar a questão de maneira independente, por isso ele tem papel fundamental em planos a longo prazo.

    Foi com isso que sociedades europeias adquiriram sua qualidades de vida,assim que monarcas europeus conquistaram admiração que hoje tem.

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  3. Edemir sua compreensão da evolução social e econômica da Europa é um tanto simplista.

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  4. Que seja Fabio. O fato é que a Monarquia Parlamentarista é a mas efetiva mudança de Estado(politica,partidaria,eleitoral,social etc.)

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  5. Fábio, entendo suas colocações, mas porque será que as revoltas populares não tem a mesma efetividade nos países republicanos? Me parece que nas monarquias o povo exerce mais poder do que nas repúblicas. Então achar que a nobreza é uma classe privilegiada é que é uma visão simplista. Pense bem se é realmente fácil pertencer a realeza. Me parece muito melhor ser livre para exercer profissão que quiser, sem pressões de um país inteiro, apenas esperando um deslize seu. Se você analisar bem o monarca é o servidor público na posição mais difícil.

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