"Nós, os monarcas, somos incontestavelmente constantes em um mundo em constante transformação. Pelo motivo de termos estado sempre aqui, mas também por não nos envolvermos na política cotidiana. Estamos informados das mudanças políticas que acontecem em nossas sociedades, mas não fazemos comentários sobre isso. É nisso que assumimos uma posição única. Nenhum dos outros monarcas europeus interfere na política."

Margarethe II, Rainha da Dinamarca

quarta-feira, 2 de março de 2011

Fé e Política - Condenados a Evoluir




Fazendo  campanha para deputado federal,  falei com vários eleitores.  Uma parte nem aceita conversar sobre política,  fogem do assunto, recusam até um panfleto, fazendo uma careta num gesto negativo com as mãos. A maioria aceita conversar, mas,  está totalmente descrente da política. 




Dizem … "políticos não tem mais jeito" e que … "é tudo ladrão, tudo igual".  Que triste. O que aconteceu com o país? Quais as conseqüências desse diagnóstico social?  Onde vamos parar? Há solução?  É o que veremos neste artigo. 

Vinte anos de ditadura afastaram a sociedade da política, mas antes dos anos de chumbo os políticos não eram melhores que hoje. O problema é cultural mesmo, é o  da educação de um povo e da má prática costumeira,  arraigada e profunda. Muitos, imaginam que não adianta reclamar, porque nada muda, e pensam  "pelo menos eu faço ele pagar minha conta de luz deste mês" e aí vendem o voto, achando melhor ao menos ganhar individualmente, já e rápido.  A legislação atual considera isto crime eleitoral. 




O problema é que justamente esses políticos que dão um santinho e dez reais junto, são justamente aqueles que, eleitos, querem o investimento de volta bem rápido, e tentam, roubando, multiplicar o investimento que fizeram. Daí, no poder, dá-lhe desviar merenda escolar,  medicamentos, dá-lhe negar um tratamento dentário, desviar dinheiro público, etc., etc., etc.,  tudo para pagar vale para a corrupção,  de modo que o eleitor, que se acha "esperto",  consegue que o candidato pague o lanche da tarde,  a luz ou o material escolar, mas depois, esse mesmo eleitor perde muito mais. 




Ele não recebe, por exemplo, um tratamento dentário digno,  seu filho não passa no vestibular por falta de boas escolas ou  ele não consegue emprego, porque o ensino público é ruim, ou um parente próximo adoece e talvez morra, por falta de uma cirurgia no tempo certo ou por falta de saneamento básico, e assim vai. Em resumo: vender o voto é um péssimo negócio. Bom negócio é juntar alguns amigos, se associar, dividir tarefas,   e tentar fiscalizar o orçamento municipal,  e as votações na Câmara Municipal, por exemplo. 




Será que o político padrão brasileiro será sempre esse  eterno gafanhoto egoísta, um sanguessuga, um parasita, para todo o sempre?  Cremos que não. O ser humano está condenado a evoluir.




Quando é que o eleitor vai acordar?   O país está anestesiado, nocauteado,  parado, conformado!  As pessoas não se dão conta,  pois acham que isto tudo é normal, que está tudo bem. Normal nada. É o caos. Se não há um mínimo de qualidade no voto, no político, na vida dos partidos, viveremos cada vez pior. Tudo depende da política. Reformas são urgentes. Num país em que o governo fica com 40% da renda, tudo depende da política. 


O país só progride  um pouquinho, neste assunto, quando há pressão popular forte,  como no projeto ficha limpa, que está afastando bandidos das eleições (os condenados pela justiça), por iniciativa da sociedade, que colheu mais de um milhão de assinaturas para o projeto, e com a maravilhosa colaboração dos juízes, aplicando a lei já. 




Essa lei não se iniciou por um político tradicional mas por iniciativa popular.  Este é o caminho. Pressão popular concentrada e inteligente para mudar o sistema para melhor. 




Leis de interesse e iniciativa popular, ativismo, mobilização, participação. Mas o eleitor médio mal percebe esses fatos. Nem os conhece, e muitos não estão nem aí, porque a economia vai bem, e o paizinho Lula está garantido o rango do final do mês.  Por isso precisamos de educação, educação, educação. 




E … mais educação. Só assim podemos mudar algo. E, muita, mas muita mesmo, mobilização e pressão populares, pela sociedade civil organizada, como no projeto ficha limpa !

As conseqüências da omissão das pessoas é a desorganização social. Projetos coletivos são abandonados,  obras públicas são abandonas, não há ativismo suficiente na sociedade para melhorar a qualidade da política ou fiscalizar minimamente os políticos. O crime organizado não encontra quem organize a defesa da sociedade, pois, a maior parte dos políticos, com sua incompetência e projetos individuais (de um modo geral a maior parte só quer enriquecer), não conseguem fazer frente ao crime. 




A barbárie vai aumentando, e perdemos a capacidade de se espantar com desvio de bens públicos, assassinatos, latrocínios, seqüestros, chacinas, morte de bebês em maternidades públicas, etc.




E tudo isto só vai melhorar, caro eleitor, se você fizer algo. Chega de apenas reclamar, e falar mal dos políticos. Chega de anular o voto  ou votar em branco, num protesto que só favorece aos maus candidatos e que não tem efeito real! Se você está indignado, fulo da vida, cansado de ser enganado, FAÇA ALGO ! 




Bata na porta da casa do político ladrão e diga:  cansei de você, pare! Justamente a pessoa indignada, que é a honesta, a que está cansada de ser enganada, que abandonou a política, é aquela que está fazendo falta na política. A falta de ação, o imobilismo e comodismo  de gente com capacidade de ficar indignada, é que abre espaço para os malandros espoliarem o país com a má política.

Por isto, este  artigo se dirige justamente para você que está cansado de mentiras. O único caminho é a ação social. Entre para uma associação de bairro, vá nas reuniões de condomínio, funde uma ONG,  escolha um político para fiscalizar, entre para um grupo de discussão, filie-se a um partido, candidate-se a cargos em geral, de síndico a Presidente, faça uma passeata!  Aproveite que ainda temos um mínimo de democracia. 




Troque idéias pela internet, no local de trabalho ou de estudo, entre para um grêmio estudantil,  funde um grupo de trabalho com amigos interessados, converse sobre política, leia, informe-se, debata, aja! Não se engane. Só a pressão social séria e constante pode levar este país para a frente. Não custa nada doar ao menos duas horas por semana para fazer algo assim. Você não irá morrer por isso vai? Certo que não, é até divertido! Faz a pessoa sentir-se viva. Só isso nos dará um país melhor.




E agora falemos de fé.  O eleitor sente-se como aquela pessoa que deu várias chances a quem amava, e  foi traída em todas elas? Aí abandonou o "problema", a política!  Por acaso os pais abandonam um filho viciado ou um irmão ou um pai, sem ao menos tentar fazer algo?  O eleitor confia uma vez em um político, e de novo, de novo,  é traído várias vezes, se esforçou muito, e … foi traído de novo.  




Daí a descrença. Mas a vida é esperança, é agir!  Apenas a fé dá esperança, apenas a esperança dá vida. Sempre há esperança, porque  Deus existe SIM e está aí para dar suporte a todos. Não abandone seu país, sua escola, seu futuro, seu bairro! Alcançaremos um mundo melhor,  mas só com muita ação real, e muita fé (não é só rezar não).  Acredite, pois, virá um mundo melhor. 




Se você agir, porém, ele virá mais rápido. A omissão ou a conivência, ao contrário, só atrasarão a chegada desse novo país,  mais justo e agradável,  que por certo, no fundo,  todos nós queremos. Se gostou deste artigo, divulgue-o, e, por favor, haja, faça alguma coisa.

 Lidson Tomass

Nenhum comentário:

Postar um comentário