"Nós, os monarcas, somos incontestavelmente constantes em um mundo em constante transformação. Pelo motivo de termos estado sempre aqui, mas também por não nos envolvermos na política cotidiana. Estamos informados das mudanças políticas que acontecem em nossas sociedades, mas não fazemos comentários sobre isso. É nisso que assumimos uma posição única. Nenhum dos outros monarcas europeus interfere na política."

Margarethe II, Rainha da Dinamarca

domingo, 17 de março de 2013

Um Projeto Político para o Brasil



Errar é humano. Persistir no erro é burrice.

Desde a Constituinte de 1891 vêm os políticos tentando democratizar o Brasil. Com a queda da Monarquia, foi abandonada a separação da Chefia de Estado da Chefia de Governo; um retrocesso, pois se introduziu a República Presidencialista, causa principal de todos os problemas que enfrentamos até hoje.

Aboliu-se o chamado Poder Moderador, que servia de contrapeso entre o Legislativo e o Executivo.

Assim sendo, mister se faz retornarmos a usar esse poder tão necessário com urgência. Se optarmos em permanecer República Parlamentar, o mais provável é que esse poder chamado Presidência da República passe a ser eleito diretamente pelo povo. O Presidente provavelmente se sentirá com força suficiente sobre o Chefe de Governo (Primeiroministro) e o Parlamento, devido a sua eleição ser quase plebiscitária, perdendo-se, desta forma, sua função principal de arbitragem.

Portanto, é na Monarquia Constitucional que o mecanismo funciona melhor. O Imperador ou Imperatriz, não sendo político, tem independência e liberdade para arbitrar as pendengas entre o Executivo e o Legislativo, em virtude de sua condição de dinasta, símbolo permanente da Nação e do Estado.

Na América do Sul, somente o Brasil pode adotar essa fórmula de Sistema e Forma de Governo, porque se fez independente como Império e temos uma dinastia composta de muitos príncipes e princesas, que podem ser reconhecidos sem problemas pelo nosso Parlamento.

A forma ideal seria criar-se um Imperio Federal, como o Canadá, exemplo nas Américas, ou
como a Austrália. Quanto ao sistema parlamentarista a ser implantado, o exemplo alemão é o melhor,
estendendo-se aos estados-membros e aos municípios. O sistema eleitoral seria o distrital misto. Os Deputados e senadores em melhores condições financeiras concorreriam individualmente; na lista partidária, concorreriam aqueles que, embora tendo aptidão, não possuem meios monetários para eleger-se.

Em nível municipal, teríamos que municípios com até 20.000 habitantes seriam governados pelas Câmaras de Vereadores, através de seus presidentes, auxiliados por seus secretários. A administração municipal torna-se, assim, mais barata. Já os municípios com mais de 20.000 habitantes teriam prefeitos eleitos.

A grande vantagem da Monarquia é que o Chefe de Estado representa a perenidade da Nação e do Estado, sendo preparado previamente para o cargo. Já o Chefe de Governo é transitório. Ele governa enquanto tiver apoio, podendo seu governo ser interrompido rapidamente se não conseguir cumprir sua plataforma eleitoral dentro de um prazo razoável. Da mesma forma, o Parlamento poderá ser dissolvido pelo Poder Moderador, se não der condições de governabilidade ao Executivo.

Os monarquistas brasileiros apresentaram projeto idêntico no plebiscito de 1993, obtendo a
adesão de aproximadamente 12% do eleitorado. Diante do quadro que aí está, não será o
momento de implantá-lo? Com a palavra, os políticos bem-intencionados.


O QUE É O PARLAMENTARISMO 

O Parlamentarismo surgiu na Inglaterra após a Revolução Gloriosa de 1688, que cortou os poderes absolutos dos reis, criando a dependência do Rei e seus ministros ao Parlamento. Em 1714 faleceu a Rainha Ana que, sem herdeiros, obrigou o Parlamento a escolher Jorge I, que era alemão e descendente de Jaime I, para Rei da Inglaterra. Como não falava inglês, Jorge I tentou se comunicar com seus ministros em latim. Não dando resultado, designou um seu ministro, que falava alemão, para coordenar o Ministério
e relacionar-se com o Parlamento.

A função foi se aperfeiçoando nos reinados de Jorge II e Jorge III, criando-se o princípio de
que “o rei reina, mas não governa”. O sistema foi evoluindo até meados do Século XIX, quando do reinado da Rainha Vitória, ganhando as características atuais, e foi adotado em Repúblicas, incluindo-se a França em 1875.

O Parlamentarismo caracteriza-se por oito atribuições:

1. Responsabilidade do Executivo frente ao Legislativo.

2. Direito do Rei ou Presidente da República de dissolver o Parlamento.

3. Poder Moderador do Rei ou Presidente como chefe de Estado.

4. O Primeiro Ministro é o Chefe de Governo.

5. O Ministério ou Gabinete é designado conforme plataforma de governo e mediante
consulta ao Parlamento, recebendo um voto de confiança para iniciar a governar,
tendo que ter necessariamente maioria no Legislativo.

6. Não cumprindo seu programa de governo (Atenção, Brasil!) poder cair antes do
mandato ser cumprido.

7. Caindo o Ministério ou Gabinete, o Rei ou Presidente da República inicia a consulta
para a formação de um novo governo, que necessitará da maioria das cadeiras no
Parlamento.

8. Se o Legislativo quiser sabotar o Executivo, o Primeiro-ministro poderá pedir a
dissolução do Legislativo (Alô, Brasil!), devendo o Rei ou Presidente marcar novas
eleições. De um modo geral, isso acontece se o Legislativo não aprova duas vezes
sucessivamente o governo designado ou se, durante seu mandato, o Governo for
acusado de incompetente, corrupto, etc. 

(Alô, alô, Brasil!). Talvez por isso, desde 1889 até hoje, a maioria dos políticos no Brasil são contra o Parlamentarismo,estando uma PEC estabelecendo a implantação do Parlamentarismo devidamente
engavetada na Câmara dos Deputados, aguardando uma séria crise no Brasil para, à toque de caixa, aprova-la, como ocorreu em 1961 (Alô, alô, alô, Brasil!).

Já está mais do que caracterizado que República e Presidencialismo são indissociáveisno
Brasil, com um mandão sempre de plantão com a caneta na mão. Deodoro, Floriano
Peixoto, Rodrigues Alves, Wenceslau Braz, Epitácio Pessoa, Washington Luiz, etc. – para
não nos estendermos até agora a fim de não despertar veleidades - verdadeiros caudilhosdas mais variadas facetas ideológicas, reis obsoletos, diante de um Congresso quase sempre
dócil aos seus desígnios.

O principal é que o Parlamentarismo manda para casa antes do tempo governos
incompetentes e corruptos e permite a reeleição daqueles que dão certo (Alô, alô, alô, alô,
Brasil!), enquanto no Presidencialismo temos que agüentar o “Chefe Nacional” por quatro
anos e mais quatro, se der chance ao interessado (Ver noticiário sobre as tratativas da PEC
que permitiu a reeleição do Presidente da República).

Enfim, o Parlamentarismo está presente em todos os países desenvolvidos do mundo, com
exceção dos Estados Unidos. Somente na América Latina e África, além dos Estados
Unidos, o Presidencialismo está presente, o que não é nada recomendável.

De qualquer forma, o Presidencialismo é invenção americana do século XVIII e quase nada
evoluiu, enquanto o Parlamentarismo evoluiu até meados do século XIX, permitindo, nos
países presidencialistas, que verdadeiras mediocridades os governassem. Isso ensejou
suicídios, assassinatos, golpes, ditaduras sangrentas, etc.

Cabe a você, leitor, trabalhar para que o parlamentarismo seja implantado no Brasil,
juntamente com a forma de governo que o permitiu no Brasil de 1847 a 1889, que é a
Monarquia Parlamentar, como na Espanha, Bélgica, Holanda, reino Unido, Dinamarca,
Noruega, Suécia, Canadá, Japão, Nova Zelândia e Austrália, todos eles países
desenvolvidos e com distribuição de renda.

Aldo B. Campagnola

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