"Nós, os monarcas, somos incontestavelmente constantes em um mundo em constante transformação. Pelo motivo de termos estado sempre aqui, mas também por não nos envolvermos na política cotidiana. Estamos informados das mudanças políticas que acontecem em nossas sociedades, mas não fazemos comentários sobre isso. É nisso que assumimos uma posição única. Nenhum dos outros monarcas europeus interfere na política."

Margarethe II, Rainha da Dinamarca

domingo, 4 de agosto de 2013

"Sou rei também dos comunistas"


João Gabriel G. Ribeiro

Viva o Imperador! Mas qual imperador?

Adolphe Thiers, orleanista francês, estabeleceu a Terceira República francesa sem fortalecer o Presidente da República e fez-se o caos, pois apenas o monarca tem a capacidade de encarnar o Estado e se fazer respeitado ainda que com atribuições, em bom português, capengas.

O imperador é o pai do povo, o centro de toda a vida política do país, aquele, cuja presença, mesmo que não tendo ou não exercendo amplos poderes, altera o picadeiro onde se joga a comédia política.

SMI Dom Pedro II e SAI Dona Isabel são nossos símbolos, os baluartes do que significa o monarquismo brasileiro. É famosa a frase que o escritor francês Vitor Hugo disse a nosso primeiro líder nascido em terras brasileiras: “se todos os monarcas fossem como dom Pedrinho, não haveria republicanos.”

Dom Pedro II patrocinou, neste nosso amado país, o estabelecimento dos Princípios Civilizatórios, hoje chamados Princípios Republicanos. As liberdades civís, políticas e religiosas; a eleição regular dos representantes do povo; o fim da propriedade de um homem sobre outro; e a superioridade do poder central sobre as estruturas locais, sem, no entanto, retirar-lhes toda autonomia: o Império, unitário, dava mais liberdade às províncias que a atual República Federativa dá a seus estados-membros.


Nosso Imperador era tão... (por falta de palavra melhor que resuma tudo), republicano, que sua saída foi lamentada, não só por nossos vizinhos, mas até por políticos dos EUA.


Com a queda do Império, caiu a verdadeira Res Publicæ brasileira, a Coisa do Povo, um Estado do povo, pelo povo e para o povo. Veio uma Cosa Nostra. O Brasil coroara seu monarca em 9 de Janeiro de 1822 e expulsara o “Carlos X dos trópicos” 9 anos depois.

O Império deu aos brasileiros o primeiro sentimento de nação, e o Imperador encarnava esta grande nação, um país que liderava sua região sem ter que fazer discursos defendendo isso, muito pelo contrário, primava pelas relações cordiais, sem pendores a pavão.
Veio 1889 e foi-se a majestade, o respeito, a boa política, as instituições, que se fortaleciam. Veio o nome República, mas foram-se os princípios republicanos.

Agora, apenas 123 anos depois do golpe, tivemos nosso primeiro Chefe de Estado mulher. Mulher esta que aparece tão autônoma quanto uma regente, não tendo brilho próprio. Sua base partidária vive de ameaçar as liberdades individuais, mais especificamente a de imprensa, debulhar o Erário e rir-se da Constituição Federal.

O glorioso Império do Brasil era, para os padrões da época, extremamente democrático: votavam aqui, percentualmente, mais pessoas que no Reino Unido ou nos EUA. Império que nos deixou o terceiro mais antigo parlamento em funcionamento no mundo.

Lembremo-nos que, a Assembleia Geral não foi fechada nem nos momentos mais absolutistas de Dom Pedro I, o que nos deu a mais longa ordem constitucional da nossa história: 65 anos. A segunda foram os 38 anos da Primeira República.

Desde Dom Pedro I, a Casa Imperial sempre defendeu a abolição, e, desde Dona Isabel, defendeu os direitos da mulher (Si a mulher pode reinar também pode votar!). Seguindo a mesma lógica, entendemos que não deve incomodar ao Império a opção sexual, religiosa, e ideológica do Chefe de Governo, indicado pela a maioria parlamentar e nomeado pelo imperador..

O caso de o Chefe da Casa Imperial ser líder de uma entidade religiosa, ser casto, solteiro e sem filhos, também não oferece nenhum problema, faz parte das liberdades individuas e a sucessão é garantida na sequencia por dois irmãos e seu sobrinho.

O Rei do novo Estado da Noruega, Haakon VII, nos anos 20, do século passado, quando teve de nomear, um primeiro-ministro de esquerda, que também poderia acontecer de nomear um líder religioso, ao ser indagado proferiu a seguinte resposta em uma frase de que seu povo lembra com orgulho: “Sou rei também dos comunistas”.

O importante para a Nação é a moral pública do Imperador, a forma com que atua em relação à seu povo, à Coisa Pública e a do Estado. Todo ser humano tem erros, toda criatura do nosso bom Deus é falha, perfeito é apenas o Criador. Incorruptível é o nome dado por republicanos antidemocráticos a seu ditador.

Entretanto, o descolamento da Chefia de Estado do jogo eleitoral afasta a possibilidade de o monarca se corromper e o coloca ao lado do povo contra os desmandos que intentam os políticos.

Cremos que nosso amado Brasil precisa de um líder que ame seu país, respeite seu povo e olhe para um futuro mais distante que as próximas eleições, que modere nosso Estado, mirando as próximas gerações.

Por muito crer na Democracia, na República e o que elas verdadeiramente representam, encontrei-me monarquista.

Viva o Imperador! Viva o Brasil!

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