ATA DA ACLAMAÇÃO DO SENHOR D. PEDRO IMPERADOR CONSTITUCIONAL DO BRASIL, E SEU PERPETUO DEFENSOR, EM 12 DE OUTUBRO DE 1822.
No fausto dia 12 do mês de Outubro de 1822, Primeiro da Independência do Brasil, nesta Cidade e Côrte do Rio de Janeiro, e Palacete do Campo de Santa Anna, se juntaram o Desembargador Juiz de Fora, Vereadores, e Procurador do Senado da Câmara, comigo Escrivão abaixo nomeado, e os Homens bons, que no mesmo têm servido, e os Mesteres, e os Procuradores das Câmaras de todas as Vilas desta Província adiante assinados, para o fim de ser Aclamado o Senhor D. Pedro de Alcântara Imperador Constitucional do Brazil, conservando sempre o Título de Seu Defensor Perpetuo Ele e Seus Augustos Sucessores, na fôrma determinada em Vereação Extraordinária de 10 do corrente.
E achando-se presente a maior parte do Povo desta Cidade e Côrte que cobria em numero incalculável o Campo de Santa Anna, onde também concorreram os Corpos de primeira e segunda Linha da Guarnição desta mesma Cidade, e Côrte, ás dez horas da manhã. Foi o Mesmo Senhor com Sua Augusta Esposa, e a Senhora Princesa D. Maria da Gloria, Recebido no sobredito Palacete entre mil vivas do Povo, e Tropa, pelo Senado da Câmara, Homens bons e Mesteres desta Cidade e Procuradores das Câmaras das Vilas referidas, tendo o Estandarte com as novas Armas do Império do Brasil o ex-Procurador do Senado da Câmara Antonio Alves de Araujo.
Foi apresentada ao Mesmo Senhor a Mensagem do Povo desta Província pelo Presidente do Senado da Câmara, que lhe dirigiu a Fala, mostrando que era vontade universal do Povo desta Província e de todas as outras, como se conhecia expressamente dos avisos de muitas Câmaras de algumas delas, sustentar a Independência do Brasil, que o Mesmo Senhor, Conformando-Se com a opinião dominante tinha já declarado - e Aclamar o Mesmo Senhor neste fausto dia - IMPERADOR CONSTITUCIONAL DO BRASIL E SEU DEFENSOR PERPETUO, Conservando sempre Ele e Seus Augustos Sucessores o Título de DEFENSOR PERPETUO DO BRASIL. Sua Majestade Imperial Constitucional Dignou-Se Dar a seguinte Resposta: "ACEITO o Titulo de IMPERADOR CONSTITUCIONAL, E DEFENSOR PERPETUO DO BRASIL, porque Tendo Ouvido o Meu Conselho de Estado, e de Procuradores Gerais, e Examinado as Representações das Câmaras de diferentes Províncias, Estou intimamente convencido que tal é a vontade geral de todas as outras, que só por falta de tempo não têm ainda chegado."
- Sendo esta resposta anunciada ao Povo e Tropa da Varanda do sobredito Palacete, aonde todo este ato se celebrou, foi o Mesmo Senhor Aclamado legal e solenemente pelo Senado da Câmara, Homens bons, e Mesteres, Povo e Tropa desta Cidade, e pelos Procuradores das Câmaras de todas as Vilas desta Província, levantando o Presidente do mesmo Senado os seguintes vivas, que foram repetidos com entusiasmo inexplicado por todo o Povo
- VIVA A NOSSA SANTA RELIGIÃO.
- VIVA O SENHOR D. PEDRO PRIMEIRO IMPERADOR CONSTITUCIONAL DO BRASIL E SEU DEFENSOR PERPETUO.
- VIVA A IMPERATRIZ CONSTITUCIONAL DO BRASIL E A DINASTIA DE BRAGANÇA IMPERANTE NO BRASIL.
- VIVA A INDEPENDÊNCIA DO BRASIL.
- VIVA A ASSEMBLÉIA CONSTITUINTE E LEGISLATIVA DO BRASIL.
- Viva o Povo Constitucional do Brasil. Findo este solene e majestoso Ato foi Sua Majestade Imperial e Constitucional acompanhado de baixo de Palio á Capella Imperial, aonde estava disposto um Te-Deum solene em Ação de Graças. E de tudo para constar se mandou fazer esta Ata, em que assinou Sua Majestade Imperial e Constitucional, e o Senado da Câmara com os Homens bons, e Mesteres, e os Procuradores das Câmaras das Vilas desta Província.
Nenhum comentário:
Postar um comentário