"Nós, os monarcas, somos incontestavelmente constantes em um mundo em constante transformação. Pelo motivo de termos estado sempre aqui, mas também por não nos envolvermos na política cotidiana. Estamos informados das mudanças políticas que acontecem em nossas sociedades, mas não fazemos comentários sobre isso. É nisso que assumimos uma posição única. Nenhum dos outros monarcas europeus interfere na política."

Margarethe II, Rainha da Dinamarca

sexta-feira, 25 de julho de 2008

Comunidade de Paises de Lingua Portuguesa


Agencia de noticias Portuguesa

Lisboa, 25 Jul (Lusa) - O primeiro-ministro de Portugal, José Sócrates, apresentou hoje as prioridades da Presidência portuguesa da CPLP, que prevêem quatro eixos prioritários - promoção da língua, melhor cidadania e concertação político-diplomática e reforço da cooperação sectorial.


Discursando na sessão de abertura da VII Cimeira de chefes de Estado e de Governo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), que decorre hoje em Lisboa, José Sócrates destacou que, na cooperação sectorial, as áreas de intervenção são a Educação, Cultura e Energia.


O chefe do Governo português, que disse pretender que a reunião de hoje fique conhecida para a História como "A Cimeira da Língua", sublinhou que a CPLP tem ainda um longo caminho a percorrer, apesar de terem sido dados já "grandes passos" aos longo dos 12 anos de vida da organização lusófona.


Em relação à política de promoção e valorização da Língua Portuguesa quer no seio da CPLP quer no resto do mundo, Sócrates recordou a recente aprovação, por Lisboa, da criação de um fundo de 30 milhões de euros, aberto a outras contribuições, destinado precisamente a fomentar o uso do Português.


Destacou igualmente a ratificação, por Portugal, do Protocolo Modificativo do Acordo Ortográfico, salientando estarem abertas as portas para levar a Língua Portuguesa "à primeira linha da cena internacional", utilizando, para tal, as capacidades e competências do Instituto Internacional de Língua Portuguesa (IILP).


O IILP, com sede em Cabo Verde, liderado pela linguista angolana Amélia Mingas, que será hoje reconduzida no cargo, terá, já a partir deste ano, maiores meios financeiros e humanos, de forma a debelar a sua inactividade, que vem desde que foi fundado, em 1989.


Nesse sentido, Sócrates deu exemplos para "mudar" as linhas de orientação do IILP, tendo em conta a necessidade de se criar uma rede de escolas lusófonas, coordenada pelos Centros de Língua ou centros culturais portugueses em várias partes do mundo, entre outras medidas.
"A presidência portuguesa pretende também incentivar uma rede de bibliotecas extra-escolar, uma biblioteca online e um projecto de televisão na Internet que integre os Estados membros da comunidade", acrescentou o chefe do executivo de Lisboa.


"Mas há ainda muito a fazer, um longo caminho a percorrer", admitiu.


Em relação à segunda prioridade, a Cidadania, Sócrates disse que Portugal pretende implantar em todos os Estados membros da CPLP o reconhecimento dos direitos da cidadania, com a aprovação do Estatuto do Cidadão Lusófono, sendo, para tal, necessária uma colaboração com a sociedade civil.


Na concertação político-diplomática, Sócrates lembrou o que a CPLP já fez no passado, recordando os apoios à independência de Timor-Leste (em 2002), às crises políticas e militares nalguns Estados membros, às candidaturas a postos-chave em organizações internacionais, entre outros.


Destacou, a este propósito, o apoio da CPLP a acções e programas ligados à paz e segurança, à energia e à segurança alimentar.


Na cooperação sectorial, que abrange as áreas da Educação, Cultura e Energética, Sócrates sublinhou que esta "aposta" prevê o investimento em redes de ensino, a programação conjunta de programações culturais e a preservação do meio ambiente.


"O nosso objectivo está claro: reforçar esta nossa comunidade política, a cooperação e os afectos. estreitar os laços e pô-los ao serviço dos nossos povos", concluiu.

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