"Nós, os monarcas, somos incontestavelmente constantes em um mundo em constante transformação. Pelo motivo de termos estado sempre aqui, mas também por não nos envolvermos na política cotidiana. Estamos informados das mudanças políticas que acontecem em nossas sociedades, mas não fazemos comentários sobre isso. É nisso que assumimos uma posição única. Nenhum dos outros monarcas europeus interfere na política."

Margarethe II, Rainha da Dinamarca

domingo, 1 de abril de 2012

O maior de todos os brasileiros

D. João de Paraty, o mais midiático membro da família Orleans e Bragança recebe "A Relíquia" em sua casa, no Itanhangá, para uma entrevista centrada na figura de D. Pedro II, o governante que fez mais pelo Brasil que qualquer outro mandatário.

"Na época do Império existia total liberdade de Imprensa, total liberdade política, total liberdade de
expressão. Na República, cortaram todas as liberdades..."

O que poderia dizer sobre a vida de D. Pedro II?

A vida de D Pedro II é muito interessante, foi uma vida muito difícil, e o reinado de D. Pedro II, 49 anos de Reinado, foi um reinado muito longo, muito equilibrado. Como pessoa, ele era muito equilibrado, muito ponderado, muito culto, e o Brasil teve muita sorte de ter ele como chefe de estado nesse período de formação, recém independente, cheio de problemas herdados da colônia. Um país meio órfão, com várias heranças que hoje nós ainda temos marcas visíveis.

Então D. Pedro II cresceu no Rio de Janeiro, órfão de pai e de mãe, que ele mal conheceu, quando ela morreu ele tinha três anos, e o pai foi embora para Portugal em 1831, quando ele tinha seis anos. Então ele ficou no Brasil com seis anos sem pai nem mãe, é por isso que eu acho que nós devemos... o Brasil teve uma sorte incrível de ter naquele período difícil, de formação, de consolidação, uma pessoa que, apesar de todas as dificuldades, além de ter ficado aqui sem pai nem mãe, cresceu. Cresceu uma pessoa extremamente cordata, correta, com moral elevada, as pessoas não se dão conta disso, mas se nós tivéssemos tido na figura dele um futuro chefe de estado que não tivesse as qualidades que ele teve, o que poderia ter se transformado o Brasil naquela época tão difícil?

Como foi a educação dele?

Justamente, a educação dele foi muito bem feita, conduzida por José Bonifácio, talvez uma das pessoas mais influentes na formação de D Pedro II. Ele fez questão de dar toda as informações e formações e necessárias para um futuro chefe de estado. Principalmente num país como o Brasil.

E a sua posse como Imperador ainda menor de idade?

D. Pedro II cresceu e aos 14 anos, por problemas internos no Brasil que a Regência Trina não estava conseguindo resolver, mudou-se a lei da Constituição brasileira, que dava maioridade ao Imperador aos 18 anos, mudou-se a lei para que D Pedro II tivesse maioridade aos 15 anos. D Pedro II tornou-se imperador com 15 anos, o Brasil estava precisando de uma liderança, estava precisando de um símbolo de união, de unidade, e essa figura era D. Pedro II, para vocês verem como era importante, necessária, a figura de D. Pedro II num país em ebulição... Daí em diante ele continuou com a formação dele e o interesse dele por tecnologia, por artes, por ética, moral, política, por desenvolvimento, por todos os assuntos que o Brasil necessitava por ser um país até então sem cara. O Brasil passou a ter identidade, passou a ser nação a partir da Independência. O Rio de Janeiro nesse momento era a capital do Império, um império vasto, é hoje o 5º maior país do mundo, chega a ser maior que os EUA sem o Alasca, isso realmente graças a Independência que D Pedro I fez, a estratégia de D João VI e a continuidade que D Pedro II deu.

O senhor quer dizer que o país seria menor?

O Brasil hoje poderia estar dividido em vários países, um país no norte, um perto da Bolívia e do Peru, outro no sul falando espanhol, por influência da Argentina e do Uruguai. O Brasil manteve-se unido graças à Independência e aos esforços de D Pedro II ao longo de seus 49 anos. Sempre saindo do Rio. O Rio naquela época era a capital, era o centro das decisões e o centro nervoso do Brasil. Numa época que não tinha televisão, não tinha rádio, não tinha telégrafo, não tinha fax, não tinha computador, quer dizer, D Pedro II tinha que sair do Rio para estar presente nas diversas partes daquele vasto império. E ele saía, foi ao sul, à Minas, foi muitas vezes, D Pedro II viajou o Brasil inteiro, aqui perto ia de trem, foi um dos grandes incentivadores dos caminhos de ferro que a República, infelizmente, não deu continuidade. O Brasil naquele tempo tinha a 2º maior rede ferroviária do mundo, importantíssima, num país em desenvolvimento. Fora disso, ele fazia viagens à cavalo, foi à Bahia algumas vezes, sempre saindo do Rio de Janeiro, e de navio também. As cidades costeiras ele fazia basicamente de navio.

Como era o Rio de Janeiro naquela época?

O Rio, naquela época, principalmente quando ele era pequeno, era uma cidade ainda em formação, o Rio teve as maiores mudanças no seu perfil nesses anos, do período da Independência até a República. Claro, depois disso teve mudanças enormes no sentido de que houve as urbanizações, a favelização e tudo. Mas, naquele período, o Rio de Janeiro, como capital, teve os benefícios de ser a capital do Brasil, então ainda na Época de D João VI. Foi fundada a Casa da Moeda, que não tinha, a Imprensa Nacional, a Biblioteca Nacional, que nós temos até hoje, da qual eu sou diretor e membro do conselho, foi fundada por D João VI e é um dos maiores acervos das Américas, a 8ª do mundo.

D. Pedro II criou o IHGB...

Criou. D Pedro II presenciava toda semana as seções do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, ele não faltava uma... Então o Rio de Janeiro, sem dúvida, por ser a capital do Brasil, teve uma série de benefícios culturais, tecnológicos, obras públicas...

Antes de D. Pedro II assumir o governo, basicamente a população do Rio não tinha lazer, existia somente as festas religiosas.

Era a base das manifestações culturais, as manifestações religiosas. Mas tinha o carnaval também, que se chamava entrudo naquela época. D Pedro II sempre esteve no Rio, morando sempre na Quinta da Boa Vista, hoje Museu Nacional.

No Paço ele nunca morou? 

Não, sempre na Quinta da Boa Vista. No Paço morou D João VI, quando esteve aqui, e D Pedro I, e aí construíu-se a Quinta da Boa Vista, em São Cristóvão. Chamava-se Paço de São Cristóvão, que é o nome original, o nome de Quinta veio bem mais tarde.

Qual foi o ato político de D. Pedro II que o senhor considera mais importante?

A luta abolicionista. A luta abolicionista foi uma luta de D. Pedro II desde sempre. Ele era pessoalmente contrário à escravidão, moral e eticamente. Mas ele não tinha poder, como Imperador, para de uma hora para outra, acabar com a escravidão. Então eu acho que o abolicionismo foi uma das lutas mais importantes de D. Pedro II junto com os outros abolicionistas.

O Museu Imperial de Petrópolis também era residência da família, o palácio de verão...

Ele construiu a casa para ele, Pedro II, e que era casa de verão. Inclusive, no verão, ele despachava de Petrópolis e tem comentários de alguns embaixadores europeus, como da Dinamarca, Áustria, que tinham mais intimidade com ele e que perguntavam "mas como um imperador num país tão grande e tão rico, como o Brasil ter um palácio tão humilde, e tão discreto?" e D Pedro falou: "Com o dinheiro público não se faz, não se gasta sem necessidade." Ele era muito austero e tinha muito respeito com o dinheiro público.

Com relação à Biblioteca Nacional, ele comprou algum acervo da Biblioteca Real Portuguesa?

Isso eu não sei te dizer, mas ele deixou para a Biblioteca Nacional a coleção de Teresa Cristina com mais de 11 mil fotos, que era a coleção particular dele, ele deixou quando foi para o exílio.

Você pode falar alguma coisa sobre a transição do Império para a República, ele estava em Petrópolis inclusive, ele já sabia do movimento republicano?

Basicamente, a transição de Império para República, eu digo, a palavra que eu vou usar agora eu li em um artigo...na verdade houve uma mudança de guarda só. Por que a República, ela não veio para melhorar, ela veio até para piorar um pouco, porque mesmo durante o Império, quem mandava eram as elites, herdeiras, escravocratas, herdeiras de privilégios desde a colônia. Quando o Brasil tornou-se independente, não houve uma mudança radical no "status quo" de quem já estava aqui. Era um país colônia que virou independente, trocou de status..

Melhorou? 

Melhorou muito. Só que as oligarquias que aqui existiam antes, elas não foram embora, elas continuaram. O grande trabalho de D Pedro II ao longo de seus 49 anos de reinado foi tentar mudar o quadro do Brasil, que ele estava convencido de que era injusto, mas sem rupturas, sem guerras, sem sangue, ele queria mudar as estruturas legalmente.

Conseguiu alguma coisa, a própria abolição, mas vocês viram que a abolição veio depois de muitas leis, por exemplo, a lei do ventre livre, que foi considerada pelo "status quo" e pelo jornal "A República" uma traição à nação. As elites não queriam abolição, D Pedro II lutou e todos sabiam do envolvimento dele com essas causas de mudanças em prol dos menos favorecidos, mas ele nunca conseguiu mudar radicalmente. E o que aconteceu na República, foi simplesmente uma mudança de guarda, só que pior, as elites... antes era um governo civil, virou um governo militar. Na época do Império existia total liberdade de imprensa, total liberdade política, total liberdade de expressão. Na república cortaram todas as liberdades, então o que é que aconteceu?... a república oficializou um "status quo" que existia antes, mas veladamente.

Oficializou uma ditadura?

Oficializou sem dúvida, mas eu digo, o poder que já existia velado antes, que era das oligarquias e que eram contra...isso foi oficializado a começar pelo corte da liberdade de imprensa e expressão.

D Pedro II enfrentava resistência dentro... Da legalidade.

Dentro do governo dele?

Ele não queria fazer nada que fosse contra isso. Ele não queria apresentar um golpe de estado, "vamos acabar com as oligarquias e vamos fazer um governo popular" etc. Ele queria sempre fazer tudo de acordo com a lei.

Ele enfrentou muita corrupção nessa época?

Olha, corrupção existe desde que o mundo é mundo. Fala-se pouco. Eu mesmo não sei. Gostaria até de saber mais sobre esse período, não se fala que havia muita corrupção. Não acho que era forte porque ele olhava muito por isso.

Com a relação à política com Portugal na época, o Brasil já tinha se libertado de Portugal desde D Pedro I, mas ele mantinha um relacionamento cordial com Portugal? Ou não? 

Não, não... o Brasil sempre teve boas relações com Portugal.

Quando houve a Proclamação da República e a conseqüente destituição de D. Pedro II, ela já sabia, ele já esperava?

Essa pergunta é interessante, eu acho que ele não esperava isso. Ele sabia que havia idéias republicanas, mas ele era tão liberal que permitiu a existência do partido republicano. Tinha um jornal chamado "A República", quem quisesse votar nos deputados do partido republicano votava, mas os deputados do PR tinham 5% do parlamento, o povo não estava pensando em República. A República foi feita por uma minoria, seiscentos oficiais da escola militar do Rio, do Rio só, e mais, é... seiscentos militares da jovem guarda, os tradicionais todos não falavam em república, a marinha não falava em república, foi uma coisa curiosa, pois eles fizeram a república muito influenciados pelo positivismo de Augusto Comte, que falava sobre república, e... D Pedro II nunca imaginou nem esperava que de uma hora para a outra viesse esse grupo de militares, a República, tanto que ele foi pego de surpresa, desprevenido, como senhor bem disse, já estava debilitado pelo diabetes, que ele tinha, e ele não ofereceu resistência nem quis, ele não queria sangue, nem guerra...

Poderia ter oferecido resistência ?

E teria ganho! A marinha estava totalmente do lado dele, muito mais poderosa que o exército, a marinha quis, era fiel, tanto era que houve a revolta da armada em 1891, a revolta da armada era nada mais nada menos que uma revolta da marinha em relação aos rumos que o exército deu à república ditatorial, antidemocrático e centralizador. E a marinha se revoltou. Sabe quem ajudou aos militares a debelar a revolta da marinha aqui na baía de Guanabara? Três fragatas americanas que estavam ancoradas aqui. Desde esse tempo os Estados Unidos já ajudavam a regimes de força na América Latina. Isso por que, em um regime de forças, eles controlavam três ou quatro na mão. Regimes democráticos eles não teriam como controlar. Pouca gente sabe disso.

O senhor poderia falar sobre a época do exílio?

Foi o maior exílio político da história brasileira. Uma vez eu disse ao governador Brizolla que o exílio dele, do Miguel Arraes e do Gabeira juntos, somados, não dava o exílio da família real brasileira. Isso pelo medo que os militares tinham da popularidade que D. Pedro II tinha, principalmente perante as classes menos favorecidas. Isso é um grande orgulho que eu tenho. Eu tenho um grande orgulho de que a nossa família sempre foi mais popular perante o povo do que perante a elite. E o medo dos militares era que algum membro da família - D. Pedro II morreu dois anos depois da República - voltasse ao Brasil e tivesse a liderança que D. Pedro II teve e pudesse fazer sombra ao governo militar que não era popular, não tinha liderança e não tinha carisma. Era um regime de força.

Quanto tempo durou o exílio?

32 anos de exílio.

A família real, de alguma forma, teve algum bem confiscado ou foi prejudicada pelo tempo que ficou fora, 32 anos, quando voltou recebeu tudo?

Talvez se discuta muito pouco, pouco se sabe sobre os bens da família real. D Pedro II, quando saiu do Brasil, e a família real toda, não tinha terras, não tinha indústrias, não tinha bens mais que os móveis e Petrópolis, mais nada. Não tinha terras em Minas, no Amazonas, não tinha fazendas no Mato Grosso, nada. Graças a Deus. É um grande orgulho que eu tenho. As pessoas acham, "ah a família real é rica", mas além dos móveis...

Obras de arte, D Pedro II gostava muito de obras de arte.

Tinha aqui o Palácio Guanabara, a Quinta é de propriedade do Estado, mas o Palácio Guanabara é propriedade particular, existe uma ação na justiça até hoje que nós estamos ganhando. O Guanabara foi confiscado e nem tiveram o bom senso, como governo de força, de desapropriar o imóvel. Então a família tinha o Palácio Guanabara, que era de propriedade da Princesa Isabel e do Conde D'Eu, meus bisavós, e tinha o Palácio de Petrópolis, que hoje em dia é museu, que era propriedade particular do Imperador. O Museu de Petrópolis era a casa deles, de verão. Terras em Petrópolis, aí tinha, que era a Fazenda do Córrego Seco, isso sim, tinha, que foi comprada com dinheiro particular dele, mas nada. É um grande orgulho da nossa família. E na volta...

Confiscaram. O Palácio da Princesa Isabel aqui no Rio foi tomado à força, o Palácio, o Museu Imperial foi comprado mais tarde pelo governo Getúlio Vargas, legalmente, e a enfiteuse existe em Petrópolis, pois D Pedro II instituiu o sistema de enfiteuse nas terras. Uma vez eu escutei de Darcy Ribeiro, que D Pedro II era o maior progressista da época dele. Ou seja, pensava como esquerda, ele era , tinha idéias de esquerda. Ele tinha a fazenda do Córrego Seco, que é a fazenda onde está a cidade de Petrópolis, ele pensava, "o que é que eu vou fazer com essas terras todas?"Aí ele deu, deu tudo, mas no regime de enfiteuse, que era um regime muito utilizado na época para colonizar áreas. As pessoas acham que isso é um negócio ultrapassado. Quisera eu que ele não tivesse dado as terras naquela época (risos) porque hoje nós teríamos um patrimônio brutal, as terras, perto do Rio, nós não temos mais nada lá, quer dizer, temos o direito de enfiteuse, sim.

Você é um dos membros da família real que mais atua social e politicamente hoje?

Acho que sim, os primos, os outros são meio tímidos, pouco ligados à política, e eu sempre fui ligado, na época do plebiscito fui que meti a cara nas televisões, tive de ter coragem ....

Você nunca quis se candidatar a cargo político?

Me interessa a política. Eu fui sempre muito convidado, depois do plebiscito os partidos todos, você vê minhas idéias, né? Eu não sou metido a elite, as minhas idéias são essas, de Brasil. Não tenho nada contra a elite, não. Elite, no dicionário, quer dizer o que há de melhor em uma classe. No Brasil a palavra elite é aplicada erroneamente. Mas claro que o senso corrente só está ligado ao financeiro, econômico. O que há de melhor seria se tivesse gente com consciência social, com consciência pública, cívica, principalmente. Pensando no país. Mas está mudando. Todos os escândalos que têm acontecido - eu tenho dito isso em palestra. Alguns dizem: "ah, mas esse momento é de podridão total". Eu acho que esse é o melhor momento que o Brasil tem passado ultimamente, porque corrupção sempre existiu e ninguém falava nada. Isso existe desde sempre. Quem é que não sabia que a SUDAM e a SUDENE é um antro de privilégio pra político? Todo mundo sabia mas tinha medo de ficar falando senão ganhava um tiro de deputado...

Não está acontecendo agora, só está vindo à tona...Tá vindo à tona.

O senhor escolheu o Rio e Paraty para morar e trabalhar.

Meu tio mora em Petrópolis, meu pai é de Paraty. Todos os três, meu pai e dois irmãos, meu pai é irmão do pai da Cristina, e meu outro tio, que vieram do exílio. Papai nasceu no exílio, é muito forte você escutar isso desde pequeno, histórias do seu pai, tendo nascido no exílio, aprendendo a amar e a respeitar um país e ele nasceu fora desse país, eu tenho essa história. Desde pequeno escuto, papai foi servir a aeronáutica, papai nasceu na França, e então os três escolheram campos para morar: meu tio Petrópolis, Meu pai Paraty, meu outro tio Vassouras. Agente sempre foi muito ligado ao campo, à terra, não à terra de grandes extensões, mas à gente que não é urbana.

O senhor tem negócios em Paraty?

Meu pai foi para Paraty há 40 anos atrás. Ele comprou terras lá, comprou a preço de banana. Tudo que nós temos lá ele comprou com o trabalho dele, só que na época comprou barato. Os amigos dele o chamavam de maluco por comprar terras em Paraty. Meu pai tem uma fazenda pequena e um alambique onde produz uma marca de cachaça, a Beira Alta. A Pousada do Príncipe é minha. Quando eu a construí, não tinha acesso, não tinha estrada.

Por Litiere C. Oliveira.

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