"Nós, os monarcas, somos incontestavelmente constantes em um mundo em constante transformação. Pelo motivo de termos estado sempre aqui, mas também por não nos envolvermos na política cotidiana. Estamos informados das mudanças políticas que acontecem em nossas sociedades, mas não fazemos comentários sobre isso. É nisso que assumimos uma posição única. Nenhum dos outros monarcas europeus interfere na política."

Margarethe II, Rainha da Dinamarca

sábado, 26 de janeiro de 2013

Brasil, um jovem com antigos anseios


Brasil, uma história recente, de uma gente contente e não menos carente. Brasil, esse jovem que desponta para o resto do mundo e de contrastes profundos.

Brasil, uma trajetória que teve início no império e desaguou na República que impôs um sistema federativo que visava, inicialmente, a igualdade social e o respeito aos direitos humanos.

Nossa nação, hoje, a sexta maior economia do mundo, apesar do crescimento ainda enfrenta muitos problemas para atender "os filhos deste solo".

Com um Produto Interno Bruto – PIB (soma de tudo o que é produzido por venda de bens e pela prestação de serviços) que superou o montante de quatro trilhões em 2011 e uma arrecadação de um trilhão e meio de reais no mesmo período, o estado ainda não cumpre com sua função quanto ao bem-estar da sociedade.

Com uma balança comercial (fenômeno que compara as importações e exportações de um determinado período) não tão desfavorável, o país luta para manter o crescimento da indústria. Em 2012, as exportações superaram as importações em 19.438 milhões de dólares. Já em 2011, essa diferença registrou 29.790 milhões, o que significa que as importações caíram 3,009 milhões, enquanto que as exportações registraram, 13,461 milhões, comparados com 2011.

Toda essa matemática nos faz lembrar o tempo de escola quando aprendemos que "exportar é o que importa" e que, neste momento, também nos permite entender que, em relação ao comércio exterior, o país precisa de reserva de moeda estrangeira para compor "reserva de divisas". Isto ocorre para que o governo possa saldar suas dívidas. Dessa forma, espera-se que haja um volume alto de exportações, ao contrário do que tem sido registrado.

Por outro lado, quando a meta do governo não é atingida, boa parte do que as indústrias produzem fica "encalhado" nos estoques das fábricas. Aí, não é difícil perceber que o desemprego aumenta, a arrecadação tributária despenca e, por consequência, a fome também cresce, arrastando a desigualdade social para o topo.

Como podemos observar, ainda que o governo federal tenha criado incentivos fiscais através do Plano Brasil Maior (2011) como desoneração do INSS Patronal para alguns setores da economia, redução das contribuições para o PIS (financia o seguro desemprego) e para a COFINS (financia a seguridade social) de outros tantos produtos e operações, assim como o aumento do IPI (imposto sem destinação específica) ainda não foi o suficiente para reduzir o custo para se estabelecer no país (o chamado Custo Brasil). Afinal de contas, a tão famosa crise financeira internacional também tem um grande peso nesse cenário.

Nessa hora, muitos brasileiros perguntam o que a economia de outros países tem a ver com a economia brasileira? A resposta mais simples é que a instabilidade de outras economias provoca insegurança em investidores estrangeiros em ações de empresas de nosso país que deixam de negociar ações na bolsa. Dessa forma, as empresas produzem menos e seus "papéis" desvalorizam.

O crescimento econômico brasileiro tem preocupado, e muito, ao governo brasileiro. Isso porque os números falam por si. Em 2010, o PIB cresceu 7,5%; em 2011, 2,7% e, em 2012, a perspectiva é de 1 a 1,5%, segundo estimativas ainda não confirmadas..

Em 2012, a indústria automobilística registrou crescimento, as importações também sofreram pequena queda e ainda estamos distantes de um crescimento satisfatório que nos faça uma das primeiras economias do mundo, num país com Índice de Desenvolvimento Humano – IDH adequado aos brasileiros.

Precisamos de escolas de ensino fundamental e médio com mais qualidade. Educação é à base de tudo e, hoje, no Brasil, vivemos uma realidade distorcida porque só chega às universidades de primeira linha quem teve ensino qualificado nos primeiros anos de educação.

Faltam hospitais equipados com profissionais especializados. Pessoas morrem por falta de atendimento. Os salários dos profissionais de saúde não condizem com o esforço feito para o aperfeiçoamento profissional exigido.

Famílias, que moram em locais de risco, têm sofrido com as tragédias provocadas pelos fenômenos da natureza. O maior problema, além das perdas de familiares e entes queridos, é o abandono em que se encontram essas pessoas. O mínimo de bem-estar é negado a muito dos brasileiros, considerados mais carentes.

Recentemente, foi divulgado pela mídia que, em 2015, o Brasil será a quinta economia do mundo. Pode ser que isso ocorra, mas é preciso ter qualidade, além da quantidade. Não apenas uma redução do peso dos tributos se faz necessária, mas, também, a redução da burocracia para se cumprir as leis tributárias desse país. É muita complicação gerando custo para as empresas que mantêm a economia em aceleração. Afinal, emprego garante renda, que garante arrecadação, que deveria garantir serviço público de qualidade.

Nossa "pátria amada, idolatrada" ainda é uma menina debutando para a vida, mas que precisa se preparar para vivenciar sua terceira idade de forma qualitativa, pois, segundo um estudo do Banco Mundial, em 2050, seremos um país de idosos, representando 29,7% da população total, conforme divulgação do SEBRAE. Isto significa que devemos investir, hoje, em educação e nos preparar para corrigir as falhas com a saúde pública porque poder aquisitivo para investir em planos de previdência que custearão despesas com planos de saúde é privilégio de poucos.

É preciso mudar consciência para mudar atitudes…

Sueli Angarita

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