"Nós, os monarcas, somos incontestavelmente constantes em um mundo em constante transformação. Pelo motivo de termos estado sempre aqui, mas também por não nos envolvermos na política cotidiana. Estamos informados das mudanças políticas que acontecem em nossas sociedades, mas não fazemos comentários sobre isso. É nisso que assumimos uma posição única. Nenhum dos outros monarcas europeus interfere na política."

Margarethe II, Rainha da Dinamarca

sábado, 16 de março de 2013

Montesquieu e a Separação dos Poderes



Iluminista, Montesquieu, ao teorizar a democratização do poder absoluto dos reis, dividiu o estado em três poderes, ou seja: o Executivo para fazer cumprir as leis, executando-as;  o Legislativo para fazer as leis; e o Judiciário para interpreta-las e cuidar de sua execução;  poderes harmônicos e independentes. É bem verdade que a Franca estava sob o poder absoluto de seus reis. Já o Reino Unido, sob sistema parlamentar após a Revolução Gloriosa, já tinha democratizado o poder.

Com a independência, os EUA, em fins do século XVIII, sob a inspiração de um estado moderno, aplicaram a Tese de Montesquieu e criaram uma república com a separação dos três poderes, sem poder moderador, tendo o presidente como chefe do poder executivo e também lhe cabendo a chefia de Estado, tornando este poder mais forte do que os demais. Num país anglo-saxão, o sistema manteve-se
equilibrado, inclusive pelo pequeno número de partidos políticos.

Nas Américas Central e do Sul, com a independência feita por caudilhos, e na forma republicana, as ditaduras se estabeleceram. A exceção foi o Brasil, que se separou de Portugal como Reino Unido e mais tarde Império. Inicialmente a Constituição Imperial de 1824 dava ao soberano poderes “presidenciais”, com o poder moderador e executivo, tornando-se sistema parlamentar através do Decreto 523 de 20/07/1847, que criou a Chefia de Gabinete, responsável perante o Legislativo.

O sistema presidencial nos restantes países das Américas permitiu que se instalassem ditadores que, em alguns países, existiam e existem de forma disfarçada até hoje, intercalando-se ditaduras e regimes democráticos.

O Presidencialismo é uma democracia infantil perante a Parlamentarismo, permitindo duas ditaduras no Brasil, que duraram um total de 36 anos.

A IMPORTÂNCIA DA CHEFIA DE ESTADO NEUTRA 



A democratização da chefia de estado a partir de 1820, com a criação do Parlamentarismo, no já então Reino Unido, tirava do rei(a) um poder quase absoluto, passando o país a ser governado pelo Parlamento, através de um 1º Ministro saído do partido com o maior número de cadeiras.

O chefe(a) de estado tonou-se neutro. Depois dessa revolução havida no Reino Unido, nada de
novo apareceu para gerir as nações em termos de liberdade política.

O poder foi tirado dos reis, para que o povo governasse por intermédio de seus representantes.
Este sistema de governo tem mecanismos tão perfeitos, que é usado nos mais desenvolvidos
países do mundo, quer sejam monarquias quer sejam repúblicas, com exceção dos E.E.U.U.
como é óbvio.

Por outro lado, o Presidencialismo foi adotado na America Latina e Africa, após a descolonização, entregando eleição direta do chefe-de estado, na forma presidencial. Isso levou a partir do século XIX, nas Américas, e no século XX, na Africa, à geração de presidentes, verdadeiros facínoras, sendo alguns em ditaduras de 20 ou 30 anos.

No Brasil, a pergunta é porque nossos legisladores não querem governar, através de um 1º Ministro, sendo pautados pelo Poder Executivo, com uma emenda parlamentarista devidamente engavetada.

Aldo B. Campagnola

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