"Nós, os monarcas, somos incontestavelmente constantes em um mundo em constante transformação. Pelo motivo de termos estado sempre aqui, mas também por não nos envolvermos na política cotidiana. Estamos informados das mudanças políticas que acontecem em nossas sociedades, mas não fazemos comentários sobre isso. É nisso que assumimos uma posição única. Nenhum dos outros monarcas europeus interfere na política."

Margarethe II, Rainha da Dinamarca

sábado, 16 de março de 2013

Parlamentarismo? Não é o bastante para o Brasil!



Diante de todos os brasileiros, o “julgamento do Mensalão”? Ledo engano. Quem está no
banco dos réus, dissimulada e falsa, como sempre, é a República que assola o Brasil desde o
Golpe de 15.11.1889. Nem mais, nem menos.

O “Mensalão” não foi mera “compra de votos” parlamentares para obter a aprovação dos
desejos “legais” do Executivo. Não se tratou apenas de corrupção, peculato, “caixa dois”,
como registra a Imprensa ainda livre do Brasil, há sete anos. Tratou-se de uma sinistra
tentativa política de Golpe contra o Estado brasileiro, criando uma sistemática submissão,
anticonstitucional, do Legislativo ao Executivo. Um crime político, de analogia quase total
com uma Traição à Pátria.

Infelizmente não é isto que consta da pauta do Supremo Tribunal Federal.
A percepção quase unânime dos analistas é que o malfadado “ciclo republicano” está
chegando ao seu fim.

Numa recorrência que ultrapassa o meio século haverá quem proponha a instituição de um
regime parlamentar com o ânimo de sanar a República no Brasil.

Isto não é suficiente, se é que alguma vez o foi, fora da página de ensaístas bem intencionados
e professores sem atenção plena para a realidade brasileira.

Afinal, que República é essa que existe, pelo menos desde a Constituinte Guimarães-Jobim
(1986-88) que pretendia dar conteúdo à dita “Nova República”, inaugurada em 1985 por José
Sarney? O que temos no Brasil de hoje?

Uma partidocracia - expressa em "partidos", os quais detém o monopólio da representação
política, partidos que são, etimologicamente, análogos a "bandos", "grupos", "facções",
"quadrilhas". Tudo isso encimado por um hiperpresidencialismo que governa e administra,
legisla por medidas provisórias e nomeia todos os juízes dos tribunais superiores do País. Um
tipo de Estado análogo ao Estado nazista, onde tudo era legal, com base nas teorias jurídicas
de Carl Schmitt. Obviamente este não é um quadro favorável nem aos cidadãos e nem aos
negócios, não há "regras do jogo", estas são mutáveis conforme o interesse dos aliados do
momento. A recente política econômica do governo está demonstrando isso cotidianamente,
para citar apenas um exemplo menor. . Para o bem do Brasil, dos brasileiros, dos negócios,
isso tem de mudar.

No ápice da proposta, a separação nítida, constitucional, entre a Chefia de Estado e a Chefia
de Governo. Monarca, de um lado, Primeiro Ministro, de outro. Porém, isso não é o bastante;
há várias outras coisas a acertar, de modo quase simultâneo: o sistema econômico, o sistema
tributário, o sistema eleitoral, o federalismo vigente, etc.

Importa menos, quem será o Imperador – sobre isto o IBEM tem uma proposta racional e
tranquila, como serão e para que servirão os títulos e condecorações, as filigranas eventuais de
protocolo. Isso é “frescura” pura. (Importa registrar, todavia, que o Reino Unido, ganha muito
dinheiro com isso tudo e nada impede que aconteça o mesmo no Brasil).

E, se formos uma República Parlamentar? Ora, vamos interromper a retórica, tão do gosto de
nossa Alma Barroca! Basta lembrar que um presidente, eleito pelo voto direto dos eleitores -
não há como cogitar de outro caminho atualmente, terá de, necessariamente, ser candidato
através de um "partido" ("bando", "grupo", "facção", "quadrilha") e não terá como encarnar,
vitorioso, o País por inteiro e, sim, o "País partido". Isto é o bastante para trazer à tona “o
germe da instabilidade”, a qual precisamos afastar.

Temos que ter governos sob a Lei e independentes das pessoas no poder. Nem queremos e
nem precisamos de "messias", "salvadores", “caudilhos” ou "benfeitores". Por definição, o
monarca é suprapartidário. Já o era no Primeiro Império (1822-1889): “Imperador
Constitucional” e “Defensor Perpétuo do Brasil”. Assim, suprapartidário, será quando da
instauração da Monarquia que defendemos.

A República faliu, não tem salvação e nem remendo possível. A prova provada é o
“Mensalão”. Chega de termos uma Constituição de fachada, imersa na má fé e na ilusão.
Há que buscar, com clareza, o desenvolvimento institucional de nossa Pátria.
Para sairmos desse quadro, terrível, apenas a Monarquia Constitucional serve.
Sejamos visionários, mas pragmáticos. O Tempo urge. Viva o Brasil!

*Adivo Paim Filho*   Secretário-Geral, IBEM

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