"Nós, os monarcas, somos incontestavelmente constantes em um mundo em constante transformação. Pelo motivo de termos estado sempre aqui, mas também por não nos envolvermos na política cotidiana. Estamos informados das mudanças políticas que acontecem em nossas sociedades, mas não fazemos comentários sobre isso. É nisso que assumimos uma posição única. Nenhum dos outros monarcas europeus interfere na política."

Margarethe II, Rainha da Dinamarca

quinta-feira, 10 de julho de 2008

REPÙBLICA, um Atropelo na História Nacional


O antropólogo José Murilo de Carvalho em sua obra: Formação das Almas: o Imaginário da República no Brasil afirma que a República brasileira segue inconclusa. "A auto-imposição e as tentativas de adentrar o imaginário popular brasileiro falharam" assevera Carvalho.

A História tem mostrado que, desde o golpe militar, imposto em 15 de novembro de 1889, declarado feriado nacional e, intitulado Proclamação da República, resultou em trágicas conseqüências.

Em nenhum momento a República se responsabilizou por incluir na sociedade a massa pobre, de brancos ou de mestiços, e de ex-escravos libertados pela Monarquia, que não pôde concluir seu projeto de inclusão. O negro continua sendo o de maior participação na pobreza e miséria que assolam o país.

O Brasil ainda tem reis, rainhas, príncipes e princesas. Não só no carnaval ou nas festas folclóricas, mas diuturnamente nos destaques: profissional, social, artístico ou outro como Rei do Gado, da Soja, da Canção, Rainha da voz, dos Baixinhos etc. O Imperador ainda vive no inconsciente coletivo nacional. A busca de um eterno pai, de um perene poder soberano, persiste em nós desde nossas raízes. A isso se refere todo o tempo a obra de Lilia Schwarcz em As Barbas do Imperador: D. Pedro II, um Monarca nos trópicos.

Resta ao verdadeiro cidadão e patriota brasileiro esperar por numa releitura de seu passado, remoto e recente e, sobretudo, conscientizar-se de que o Brasil não é concebível historicamente sem a Monarquia. Assim, firmemo-nos nos princípios de heróis nacionais como Beato Antonio Conselheiro, do Almirante Saldanha da Gama, de D. Luiz o Príncipe Perfeito, e também dos frustrados e arrependidos republicanos Aristides Lobo, Raul Pompéia, Rui Barbosa, Silva Jardim, além do próprio Marechal Deodoro.

Por fim citamos o insuspeito historiador marxista Leôncio Basbaum em História Sincera da República, que, como Monteiro Lobato, também considerava ter sido a República um atropelo na História do Brasil.

Há ainda os que alegam como causa da queda do Império a falta de tradição monárquica na América... Como dizia o Manifesto Republicano, de Itu de 1870, a América era republicana e os brasileiros desejavam ser americanos.

A realidade, entretanto é que, pelo menos no Brasil, a tradição monárquica era maior e mais integrada na alma popular que a República. Essa tradição monárquica tinha pelo menos quatrocentos anos.

Ao contrário, a República não era um anseio popular geral, como vimos, nem mesmo num passado histórico. A República era aspiração de uma parte intelectualizada das classes médias, nada mais.

Ao fim do Império, havia apenas dois deputados republicanos e nenhum senador. Esses números já dão uma idéia da popularidade do ideal republicano.
Aliás, a República nem mesmo poderia ser indicada como forma de governo ideal para nosso país.

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