"Nós, os monarcas, somos incontestavelmente constantes em um mundo em constante transformação. Pelo motivo de termos estado sempre aqui, mas também por não nos envolvermos na política cotidiana. Estamos informados das mudanças políticas que acontecem em nossas sociedades, mas não fazemos comentários sobre isso. É nisso que assumimos uma posição única. Nenhum dos outros monarcas europeus interfere na política."

Margarethe II, Rainha da Dinamarca

quinta-feira, 5 de março de 2009

Hobbes, Rousseau, Maquiavel - Bush


Traça um paralelo entre as obras de Hobbes, Rousseau, Maquiavel e os dias atuais, principalmente a doutrina Bush, que nos mostrou que determinadas obras nunca se desatualizam e são perfeitamente aplicáveis em qualquer tempo.


13/ago/2004

Sílvia Mara de Lima






Embora tenham sido escritas entre os séculos XV e XVIII, as obras maquiavélica, hobbesiana e rousseuniana se mostram presentes na atualidade, uma vez que tratam o homem considerando sua natureza. Ao olharmos o panorama mundial podemos identificar diversos pontos em comum com as idéias destes autores. Podemos citar a Doutrina Bush que consiste em atacar antes de ser atacado vindo de encontro com o descrito na obra Leviatã de Hobbes. Após o ataque terrorista sofrido em 11 de setembro nos EUA seus governantes tiveram a possibilidade de colocar em prática as idéias dos Falcões que tinham sido engavetadas por governos anteriores.




O objetivo dos Falcões é impor a soberania norte americana sem levar em consideração as conseqüências sóciais, culturais, econômicas e a instabilidade mundial que estas ações desencadeariam. Vemos claramente o pensamento maquiavélico “os fins justificam os meios".




Com o pretexto de eliminar o terrorismo os EUA atacaram primeiramente o Afeganistão foi uma ação rápida com o apoio mundial, pois o medo tinha se instalado. Seguiu-se uma onda de ataques biológicos. Imediatamente ligou-se a idéia de destruição de armas químicas e de extermínio em massa.No Oriente existem vários paises supostamente possuidores deste tipo de armamento, entre eles: Coréia do Norte, Iraque e Irã, que formam o que foi sentenciado "eixo do mal" pelo presidente dos EUA. Dentre esses o "eleito" para ser submetido a inspeções e posteriormente a um possível ataque, foi o Iraque. Aliado a Inglaterra e Espanha os EUA partiram para o ataque, mas desta vez não receberam apoio da população mundial.




As pessoas foram às ruas protestar contra a guerra porem em detrimento a opinião publica e a oposição do Conselho de Segurança da ONU os EUA invadiram o Iraque.




Ao invadir o território iraquiano os soldados da colisão se depararam com inúmeras dificuldades não previstas, pois estavam seguros de que o ataque seria tão facilmente executado como havia sido no Afeganistão, levando em consideração a sua superioridade bélica, contando muito mais com a "fortù" (força e poder) do que com a "virtù" (virtude). Ao se verem frente a um exército disposto a matar e a morrer por amor a sua religião e pátria sentiram a existência da " virtù" presente naquele país. Hoje o Iraque se encontra totalmente arrasado e em desordem, pois inexiste uma liderança capaz de estabelecer a ordem, uma vez que seu ditador não mais exerce o poder, o que nos mostra ser verdadeira a citação de Maquiavel onde ele afirma que "a política não leva ao céu, mas sua ausência pode levar-nos ao pior dos infernos”.




Embora rico o Iraque é um país devastado por uma seqüência de guerras, sob sanção imposta pela ONU, onde o povo vive em uma situação de miséria e seus lideres, ditadores sanguinários, subjugavam o povo todo o tempo e usufruíam a riqueza, colocando a vontade do particular acima da vontade coletiva. O oposto ao pensamento de Rousseau de que o ideal é o consenso entre a vontade comum e a particular.Tudo isto o tornou frágil despertando o interesse de outros Estados (Maquiavel). Na realidade por trás de todas as explicações dadas para essa guerra, existem interesses que vão além das riquezas naturais contidas em solo Iraquiano. As verdadeiras razões deste conflito talvez levemos alguns anos para descobrirmos, hoje só seremos capazes de meras especulações.




Existem ainda outros conflitos em diversas regiões no mundo onde a religião é o pilar, por exemplo: Índia e Paquistão, Israel e Palestina. Desde sua época Maquiavel já defendia o absolutismo do Estado, acreditava que religião e política não podiam conviver harmonicamente no poder. Alem da religião a desigualdade social e o narcotráfico tem provocado conflitos internos em alguns paises.Temos também no cenário internacional a formação de Estados Paralelos, que surgem pela falta de força dos governos. O Contrato Social diz que quando o Estado não cumpre o seu papel de manter a segurança o povo pode então quebrar o contrato para garantir sua sobrevivência, O Pacto para Hobbes, o Contrato para Rousseau e o Príncipe para Maquiavel tem a função de garantir a sobrevivência e manter a ordem social, quando falham outras formas aparecem, como os Estados Paralelos( as FARCS na Colômbia). Rousseau trata uma questão muito séria que é a importância da família e da educação como base de uma sociedade. Isto não tem sido valorizado.




No Brasil o acesso às escolas e universidades, são restritos a uma pequena parcela da população, o que compromete as possibilidades no mercado de trabalho já que o ensino público é de péssima qualidade. Sem trabalho e sem princípios morais básicos uma parte da população acaba sendo levada ao mundo do crime aumentando os índices de violência. Os acontecimentos no Rio de Janeiro tem despertado o interesse da população em relação ao papel do judiciário. Acreditamos que o Estado de Exceção descrito por Dallari se instaurou no Rio.




Os brasileiros se chocam com as mortes nos conflitos externos, porem, somente no Rio de Janeiro em 2002 foram mortas 6895 pessoas.Por tudo isto podemos dizer que apesar de serem épocas diferentes as idéias Maquiavélicas, Hobbesianas, Rousseaunianas, permanecem vivas e atuais.

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