Sergio Luiz Tratz
O ano de 1898, para o “Império Brasileiro”, pode ser considerado o ápice de uma década de crises, com um forte agravante: a Monarquia não possuía o respaldo de uma força armada para manter-se no poder. O Exército tinha servido ao Governo Imperial desde a abdicação de D. Pedro I (1831) com lealdade e inquestionável dedicação. Entretanto, com a profissionalização ocorrida durante a Guerra do Paraguai, a Força Militar Terrestre adquiriu uma identidade institucional e não admitia retornar a uma condição de menor prestígio em relação à Guarda Nacional ou às Milícias.
Da mesma forma, a jovem oficialidade colocouse ao lado dos ideais abolicionistas, contrariando o interesse dos grandes proprietários de terra. A conjuntura seria agravada pela série de incidentes entre os militares e autoridades civis, a chamada “Questão Militar”.
O Exército não desejava continuar sendo um instrumento a ser explorado em benefício de interesses pessoais e de partidos políticos, menosprezado como instituição. Todos estes fatores dissociaram a “classe militar” (expressão usada à época) da Monarquia.
Finalmente, a liderança do Marechal Deodoro da Fonseca, Presidente do Clube Militar, e do Tenente- Coronel Benjamin Constant, Professor da Escola Militar da Praia Vermelha, aglutinaram as aspirações de uma mudança estrutural: a República. Assim, o 15 de novembro foi o clímax de um longo processo evolutivo do Estado Brasileiro, capitaneado, naquele momento, pela sociedade militar.
O movimento foi rápido e não sofreu resistência. Para uma melhor compreensão do momento histórico e da influência do Exército na Proclamação da República, transcrevo as palavras de Joaquim Nabuco, notável estadista brasileiro, que assim descreve o início da República:
“No dia em que se proclamou a República, podia- se perceber que a nação queria um governo militar, para poder manter a unidade, porque o espírito militar prevalecia de um canto a outro do País, vale dizer, tinha amplitude nacional e porque era preciso manter parte da antiga tolerância, já que o Exército está acima das ambições pessoais que se expressam nas lutas partidárias e que, sem a monarquia, iriam conduzir o País ao barbarismo.”
O autor é Tenente-Coronel do Exército, historiador militar pela UNIRIO e atualmente comanda o CPOR/São Paulo
A republica não passou de um golpe militar.....dado por pessoas autoritarias, estudo exercito não existe questões envolvendo espirito militar, pois servir o exercito ainda significava passar necessidades, sem soldos, com castigos corporais um exemplo disso foi a revolta da armada em no seculo XIX e as deserções ainda eram muito um grande problema...
ResponderExcluirA Monarquia não se dara sem o apoio do EXERCITO, prescisamos muito fazer do exercito uma FORÇA DIGNA da NAÇÃO com a monarquia e não ter ranco ou magoa pelas desepções nas republicas...
ResponderExcluirAdorei o texto! Sinceramente, você conseguiu facilitar o entendimento histórico, não apenas utilizando como respaldo as suas palavras; mas também provando o domínio ótimo da linguagem técnica inerente os assunto, como também apregoando fascículos de demonstrações documentais da época. Muito bom. Adorei...
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