"Nós, os monarcas, somos incontestavelmente constantes em um mundo em constante transformação. Pelo motivo de termos estado sempre aqui, mas também por não nos envolvermos na política cotidiana. Estamos informados das mudanças políticas que acontecem em nossas sociedades, mas não fazemos comentários sobre isso. É nisso que assumimos uma posição única. Nenhum dos outros monarcas europeus interfere na política."

Margarethe II, Rainha da Dinamarca

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Futebol e Politica


Artigo de Alberto Rosa,


28/09/2009.

Realmente irritado sobre o último incidente no Campeonato Brasileiro de Futebol, quando dirigentes da Portuguesa foram, juntamente com seguranças armados, ao vestiário dos jogadores para reclamar (e intimidar) os atletas sobre a má situação do clube no Campeonato Brasileiro (Serie B), Rogério Ceni, um dos mais famosos goleiros brasileiros na atualidade, jogador do São Paulo F.C disse: “Não entendo porquê as pessoas não vão ao Senado Federal para protestar da mesma forma contra os políticos. Isso só acontece quando o assunto é futebol.”


Após seu desabafo, eu estava pensando: “Porquê os brasileiros não agem do mesmo jeito sobre os problemas políticos?” Eu sei, é sempre errado (e um crime também) portar armas de fogo para intimidar pessoas, e certamente quem fez isso será severamente processado e possivelmente até preso. Mas o que eu estou falando é sobre a atitude, de exigir mudanças quando as coisas estão indo mal. Porquê só agimos assim quando o assunto é futebol?Eu posso responder estas questão com apenas uma palavra: DISTANCIAMENTO.


Explico:


A razão pela qual somos tão exigentes sobre futebol é a certeza de que, se fizermos isso, mudanças virão. Sabemos que podemos fazer a diferença, que podemos participar. Além do mais, é fácil, o estádio do nosso clube fica a poucas quadras de nossa casa, resumindo, o problema, quem é responsável, e quem sobre com ele, vivem na mesma comunidade.


Entretanto, ainda respondendo a pergunta de Rogério Ceni, o atual sistema político e eleitoral brasileiro foi feito para manter as pessoas distantes, contribuindo para a impunidade. O Brasil concentra todas as principais decisões políticas (o responsável) em Brasilia, esta, construída apenas para sediar o Governo Federal (o problema), e que fica muito distante para quase todos os brasileiros, principalmente dos grandes centros econômicos (quem sofre). Somando a distância geográfica entre Brasília e cidadão, com a distância legal entre políticos e eleitores, fica praticamente impossível para o povo brasileiro reclamar e ser ouvido sobre as demandas políticas de sua realidade. Resultado disto é o distanciamento, a descrença de que possa existir bons políticos. O povo está cansado desta impunidade que impera na capital.


O caminho mais fácil para fazer o povo brasileiro novamente acreditar e participar da política brasileira seria os políticos começarem a mostrar melhores resultados, e consequentemente reconquistar a confiança do cidadão, mas como isso poderia acontecer se este distanciamento é exatamente o que maus políticos desejam e precisam para continuar no poder, e continuar com suas praticas criminosas?Consigo ver apenas um caminho: REFORMA TOTAL. O Brasil precisa de um novo sistema político, que descentralize o poder do Governo Federal, dando-o para os estados e municípios. Os políticos precisam estar mais perto de suas comunidades. Somente quando isto acontecer (respondendo ao Rogério) é que o povo conseguirá realmente exigir e participar do destino político do Brasil, da mesma forma como no futebol.


Por muitos anos o cidadão brasileiro tem sido iludido com falsas promessas, com as mesmas e inúteis soluções para os velhos problemas, entretanto, um novo movimento intelectual que está crescendo rapidamente com uma proposta que poderá resolver o maior problema do Brasil; o distanciamento.


Trata-sedo Federalismo e este Instituto Federalista pode ser a melhor alavanca para se iniciar uma mudança de mentalidade no Brasil. Publicado originalmente em Instituto Federalista

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