"Nós, os monarcas, somos incontestavelmente constantes em um mundo em constante transformação. Pelo motivo de termos estado sempre aqui, mas também por não nos envolvermos na política cotidiana. Estamos informados das mudanças políticas que acontecem em nossas sociedades, mas não fazemos comentários sobre isso. É nisso que assumimos uma posição única. Nenhum dos outros monarcas europeus interfere na política."

Margarethe II, Rainha da Dinamarca

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Governança e Transparência


- Transparência na Aplicação dos Recursos Públicos, de forma que se possa identificar como, onde e porque cada Real foi gasto.


- Prestação de Contas Periódicas das Autoridades e Governantes, através de Entrevistas abertas a toda à mídia falada, escrita, televisada e internet.



- Registro, Gravação e Disponibilização na internet das Reuniões de Funcionários Públicos com Fornecedores e Lobistas.


- Demonstração da estrutura funcional e a forma como serão implantadas as políticas públicas e atingidas as metas estabelecidas, e como será o relacionamento com a sociedade civil.



- Ouvidorias Independentes (com participação igualitária de funcionários públicos e cidadãos) em todos os principais órgãos públicos.



“A Transparência e a Prestação de Contas formam a Ética Republicana e Democrática. Os governantes são eleitos para agir em nome dos governados e prestar contas dos seus atos”.


PRESTAÇÃO DE CONTAS

A Prestação de Contas é um dos fundamentos de uma República e da Democracia. Significa o dever e a responsabilidade de prestar contas de seus atos aos cidadãos de forma voluntária. É a consciência republicana e democrática de que os governantes e autoridades são servidores públicos, e que acima deles estão os cidadãos, as leis e os valores morais da sociedade.



Em regimes presidencialistas, como o americano e o francês, veem-se com constância os Presidentes concedendo entrevistas, sendo inquiridos de forma dura e transparente pelos jornalistas. Em regimes parlamentaristas, é procedimento comum e frequente o primeiro-ministro ir ao Parlamento, para dar explicações, demonstrar suas posições, defender-se de críticas.

O mesmo se aplica para os altos funcionários governamentais, que não se furtam a comparecer ao Parlamento para prestar contas das ações de seus Ministérios, Secretarias ou Órgãos Governamentais.


No Brasil, os governantes e autoridades habituaram-se a não prestar contas à sociedade. Sentem-se e comportam-se como se estivessem acima das leis e das instituições. São raras as entrevistas coletivas e mais raras ainda as entrevistas abertas, com liberdade para os jornalistas perguntarem o que quiserem. Creem-se apenas portadores de direitos e não de deveres.
 O comportamento dos governantes irradia-se para os altos funcionários (ministros, secretários etc.) que consideram um “favor” ter de ir prestar contas às instituições como o Congresso Nacional, e quando vão, é de uma forma “negociada” ou forçada.



A forma atual de prestação de contas é através de pronunciamentos unilaterais, entrevistas “exclusivas” para certos meios de comunicação, e inaugurações de obras, algumas inacabadas ou até mesmo nem iniciadas. Mas é principalmente através de campanhas publicitárias milionárias que apresentam os seus feitos e realizações.



É necessário que se instale no Brasil, de forma real e não apenas formal, o mecanismo fundamental de Prestação de Contas pelos Governantes e Autoridades, sendo que, para isso, é preciso que:



a) O Presidente da República e seus Ministros mensalmente apresentem-se para uma entrevista coletiva, aberta a todos os meios de comunicação, com uma agenda aberta de assuntos;

b) O Presidente da República compareça pessoalmente ao Congresso Nacional trimestralmente para apresentar o desempenho do Orçamento Federal;



c) O Presidente da República receba quadrimestralmente, para uma reunião de trabalho administrativo, os Governadores Estaduais, com data e agenda pré-determinada e de conhecimento público, independente do Partido Político a que pertença o Governador.



Esses procedimentos podem e devem ser seguidos pelos Governadores, Prefeitos, e Secretários nos Estados e Municípios.

 




PROPAGANDA



A máquina de propaganda instalada pelo governo vem expandindo seus tentáculos. O número de meios de comunicação aquinhoados com verbas publicitárias aumentou 961%. Em 2002 eram 21 TVs e 270 rádios e, já no final de 2008, eram cerca de 290 TVs e 2597 rádios.

Os gastos com propaganda dos governos FHC e LULA são simplesmente vultosos. Bilhões e bilhões de reais são desperdiçados em campanhas publicitárias para promoção dos governos, enquanto as necessidades básicas da população não são atendidas.


Os gastos anunciados não incluem o valor da publicidade legal e nem o custo de produção das peças publicitárias. Pode-se estimar que a União gasta mais de R$ 2 bilhões anualmente com propaganda e marketing. Se considerarmos que os Estados e Municípios também gastam em propaganda, é possível que tais gastos públicos, nos três entes da Federação, ultrapassem R$ 4 bilhões anualmente.


A conclusão que se chega é que a Propaganda é veiculada para tentar provar para os cidadãos que os serviços que não funcionam, de fato funcionam. A pergunta que precisa ser feita é em que o País melhora quando se veicula propaganda, e o que o brasileiro comum ganha com isso.






ORÇAMENTO

É princípio básico de toda administração que se inicie o ano, ou período fiscal, sabendo, com razoável precisão quanto serão as despesas, os investimentos e as receitas. Como é a sociedade que irá pagar os tributos, contribuições e taxas, é fundamental que a sociedade saiba quanto terá que desembolsar para atender ao orçamento do setor público.



E principalmente o orçamento deve materializar a vontade soberana dos representantes da população, não apenas autorizando o Executivo a fazer as despesas, mas obrigando o Executivo a realizar efetivamente os gastos. Como o Orçamento é autorizativo e não impositivo, o Governo pode ou não cumprir o orçamento.



O Orçamento deve ser impositivo e não simplesmente autorizativo. Pior ainda é o mecanismo de contingenciamento de recursos, que ainda dá mais discricionariedade ao Executivo. O resultado é que o Orçamento é uma peça de ficção e não tem a seriedade que deveria ter.

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