"Nós, os monarcas, somos incontestavelmente constantes em um mundo em constante transformação. Pelo motivo de termos estado sempre aqui, mas também por não nos envolvermos na política cotidiana. Estamos informados das mudanças políticas que acontecem em nossas sociedades, mas não fazemos comentários sobre isso. É nisso que assumimos uma posição única. Nenhum dos outros monarcas europeus interfere na política."

Margarethe II, Rainha da Dinamarca

sexta-feira, 13 de maio de 2011

NOTA


Círculo Monárquico do Rio de Janeiro
“Dom Luiz de Orleans e Bragança, o Príncipe Perfeito”



O Círculo Monárquico do Rio de Janeiro cumpre o doloroso dever de participar o falecimento de S.A.I.R. a Princesa Dona Maria Elizabeth Francisca Teresa Josefa de Wittelsbach e Croy-Solre de Orleans e Bragança, ocorrido hoje dia 13 de maio às 13:40 horas em sua residência no bairro do Jardim Botânico, na cidade do Rio de Janeiro, RJ.

A Princesa será velada na Igreja Matriz da cidade de Vassouras das 10 horas às 12 horas do dia 14 de maio onde será celebrada a missa de Corpo Presente, dando-se em seguida o sepultamento no Jazigo da Família Imperial no Cemitério Municipal de Vassouras.  
Dª. Maria nasceu em 9 de setembro de 1914, no Castelo de Nymphenburg, Munique, à epoca capital do então Reino da Baviera, pertencente ao Império Alemão. Era a segunda filha de Franscico (1875-1957), Príncipe da Baviera, filho de Luís III da Baviera, último Rei Soberano da Baviera, e de Isabel (1890-1982), Princesa de Croy.
A Princesa nasceu no início da Primeira Guerra Mundial (1914-1918) e grande parte de seus familiares combateram no evento, inclusive seu pai. Teve infância e juventude bastante problemáticas em função dos regimes que foram se estabelecendo na Alemanha após o fim da guerra.
Princesa viveu até a maioridade no Castelo de Sárvar, na Hungria, propriedade de sua avó, a Rainha Maria Teresa, que era nascida Arquiduquesa da Áustria, Princesa da Hungria e de Módena, entre outros. A Família Real Bávara retornou à Baviera na década de 1930. Na época o governo republicano foi pressionado a devolver a grande parte dos bens e Castelos que foram confiscados em 1918.
Os tempos na Alemanha entre as duas Grandes Guerras Mundiais (1918-1938) foram sombrios, haja vista a Grande Depressão de 1929 e a ascensão dos nazistas, na pessoa de Adolf Hitler, no governo alemão. O tio da Princesa, Príncipe Rodolfo (1869-1955), Chefe da Casa Real da Baviera, declarou-se inimigo de Hitler. Tal fato custou caro à Família Real, pois foram obrigados à fugir para a Itália, porém a esposa do Príncipe Rupprecht, a Princesa Antonieta de Luxemburgo (1899-1955), foi interceptada pela milícia nazista, que a torturou impiedosamente. Com a saúde debilitada em decorrência das sequelas da tortura, ela faleceu alguns anos depois.
A Princesa Dª. Maria recebeu uma educação esmerada dos pais, além de pintora, era especializada em porcelanas, arte tradicional da Baviera.
Dª. Maria casou-se em 19 de agosto de 1937 com o Príncipe D. Pedro Henrique de Orleans e Bragança, que era Chefe da Casa Imperial do Brasil desde 1921, quando do falecimento de sua avó a Princesa Izabel, a Redentora. Desde então passou a também ser princesa do Brasil.
O casamento realizado no castelo de Nyphenburg, perto de Munique, serviu de pretexto para o Duque da Baviera confrontar o governo nazista; afinal compareceram dois soberanos, a Grã-Duquesa Charlotte I de Luxemburgo e o rei espanhol Alfonso XIII exilado devido à Guerra Civil Espanhola além de vários chefes de Casas Reais da Europa, menos os altos comandantes alemães, pois nenhum membro do governo nazista foi convidado.
A intenção do Casal Imperial era mudarem-se logo após o casamento para o Brasil, mas com a eclosão da Segunda Guerra Mundial (1938-1945), a viagem pelo oceano Atlantico era muito perigosa e eles ficaram impedidos de realizar a viagem, obrigando dessa forma a permanência dos príncipes na Europa
O Casal Imperial viveu primeiramente na França onde nasceram seus quatro primeiros filhos: D. Luiz, D. Eudes, D. Bertrand e Dª. Isabel. Após sofrerem perseguições na França de Vichy (1940 a 1944), o qual era um governo fantoche da Alemanha Nazista, o casal e seus filhos refugiaram-se na Suiça.
Finda a Guerra na Europa, em 1945 a Família Imperial consegue embarcar para o Brasil, onde se instalam primeiramente no Palácio do Grão-Pará e depois em uma casa no bairro do Retiro, ambos em PetrópolisRio de Janeiro.
Em 1951, D. Pedro Henrique adquire a Fazenda Santa Maria, em Jacarezinho, interior do Paraná, onde a família vai residir até 1964. Durante o periodo em que a Familia Imperial residiu no Paraná, Dª. Maria exerceu a atividade voluntária de catequista participando ativamente na formação cristã de diversas crianças carentes das comunidade rurais de Jacarezinho.
Em 1965, a Família Imperial vai morar no Sitio Santa Maria de Vassouras, em Vassouras, muncipio no interior do Rio de Janeiro.
Em 1981, falece em Vassouras seu marido, D. Pedro Henrique, fazendo com que seu filho primogênito, D. Luiz, se tornasse o novo Chefe da Casa Imperial do Brasil.
Dª. Maria passa então a viver entre a fazenda Santa Maria e o apartamento da filha, Dª. Isabel, no bairro da Jardim Botânico, na cidade do Rio de Janeiro, quando passa a atuar voluntariamente como professora de artes plásticas na organização não governamental “O SOL”, que desenvolve trabalhos pela promoção humana do artesão, incentivando a manufatura caseira como forma de aumento de renda.
Muito religiosa, Dª. Maria, durante toda sua vida teve presença marcante em trabalhos sociais em prol dos mais necessitados, porém sempre procurou a discrição em relação a seu engajamento social evitando dar publicidade as suas legitimas e sinceras atuações.

Realiza com frequencia visitas a Baviera e a Bélgica, onde vive sua filha Dª. Eleonora  que em 1981 casou-se com S.A. o Príncipe Michel de Ligne, recebendo o titulo de Princesa Titular Consorte de Ligne, desde 2005.
De sua união com D. Pedro Henrique ela teve doze filhos:
A Princesa Dª. Maria deixa 29 netos e 9 bisnetos.
Em 2004, a Familia Imperial realizou um grande para a celebração dos 90 anos de Dª. Maria, na ocasião foi celebrada na Igreja da Imperial Irmandade deNossa Senhora da Glória do Outeiro, no Rio de Janeiro, um “TE DEUM” de ação de graças, celebrada pelo abade emérito de São Bento do Rio de Janeiro, dom José Palmeiro Mendes OSB, e co-celebrada pelos padres Sérgio Costa Couto, capelão do Outeiro da Glória e pelo padre Jorge Luís Pereira da Silva, carinhosamente conhecido como Padre Jorjão.
Na ocasião estiveram presentes todos os seus doze filhos e inúmeros netos além de parentes da nobreza europeia, e monarquistas das diversas regiões do Brasil, fazendo com que o evento fosse noticiado pela imprensa brasileira.
Possui os seguintes titulos de nobreza e honorificos:
  • Sua Alteza Real  Maria Elizabeth de Wittelsbach, Princesa da Baviera;
  • Sua Alteza Imperial e Real Dona Maria Elizabeth de Orléans e Bragança, Princesa do Brasil;
  • Sua Alteza Imperial e Real Dona Maria Elizabeth de Orléans e Bragança, “De Jure” Imperatriz Consorte do Brasil (1937 a 1981);
  • Dama das Ordens de Santa Isabel e de Santa Teresa e da Baviera;
  • Dama Grã-Cruz de Justiça de todas as Ordens Imperiais Brasileiras;
  • Dama Grã-Cruz da Ordem Constantiniana de São Jorge, da Realeza Napolitana.

Ao encerrar esta dolorosa comunicação, o Circulo Monárquico do Rio de Janeiro roga especiais orações por nossa querida princesa Dª. Maria, bem como pela Família Imperial neste momento de luto.
Rio de Janeiro, 13 de maio de 2011

3 comentários:

  1. Sou jovem,recém adepto do movimento monarquista e recém seguidor do blog.
    Entristeço-me muito com a morte da princesa,e presto condolências à nossa família real...

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  2. Nota de Missa de 7º Dia

    “A Família Imperial e o Círculo Monárquico do Rio de Janeiro farão celebrar uma Missa em sufrágio pela alma de S.A.I.R.

    a Princesa Dona Maria Elizabeth Francisca Teresa Josefa de Wittelsbach e Croy-Solre de Orleans e Bragança, na Quinta-Feira, dia 19 de Maio de 2011, às 12 horas, na Igreja de Nossa Senhora do Carmo da Antiga Sé - Rua Primeiro de Março, s/n, Centro.

    A cerimônia será presidida pelo Arcebispo Metropolitano do Rio de Janeiro, Dom Orani João Tempesta, O. Cist.; e concelebrada por demais presbíteros presentes.”

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