Se o Brasil deve a D. João VI as sábias decisões que tornaram possível nossa soberania, e a D. Pedro I sua resoluta concretização, a D. Pedro II deve sobretudo a fixação dos padrões da monarquia brasileira, que nortearam o Segundo Reinado e permaneceram vivos na memória nacional.
Padrões – hauridos da tradição cristã do Ocidente – todos feito de honra, de respeitabilidade, de venerabilidade, que dimanavam do Imperador pairante sobre as contingências da esfera política e marcavam profundamente a vida da Nação.
Nessa obra foi fundamental a parte da minha trisavó, a Imperatriz D. Teresa Cristina. A essa Princesa da Casa de Bourbon-Duas Sicílias nascida em Nápoles a 14 de marco de 1822, filha do Rei Francisco I e da Rainha D. Maria Isabel, tocou a sorte que pelo casamento tão freqüentemente cabe a Princesas: ir para terras distantes, para um país desconhecido que deve adotar como próprio e com o qual se identificará.
Seu matrimônio não obedeceu os ditames românticos tão ao gosto do século XIX. Mas os fatos mostram que aquela foi uma aliança acertada para o Brasil. Por suas qualidades de alma e temperamento D. Teresa Cristina conquistou o Imperador e os brasileiros: inteligente, sensível, com primorosa formação clássica e artística, era consorte bem à altura do erudito esposo; afável, benevolente, religiosa, com discreta nota de dama sofredora, compunha com D. Pedro II o par régio que verdadeiramente inspirava a vida nacional, tanto publica quando familiar.
Acompanhou sempre o Imperador em suas muitas viagens e tornou-se em extremo querida pela população, ficando conhecida como "a Mães dos brasileiros".
Toda mãe sofre ao ser apartada dos filhos e da casa. Assim notadamente com D. Teresa Cristina após 46 anos de doação à terra que adotara. Abalada a fundo com a derrubada do Trono e a inclemência do desterro, sua saúde declinou rapidamente durante a viagem para o exílio, vindo a falecera 28 de dezembro de 1889 em modesto hotel na cidade do Porto. À Baronesa de Japurá confiou suas últimas palavras: "Não morro de moléstia, morro de dor e de desgosto... Brasil, terra abençoada que nunca mais verei..."
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A todos os brasileiros, e em particular aos amigos da Família Imperial, desejo largamente, pela mediação da Virgem Santíssima e de São José, a renovação das certezas e das esperanças que brotam dessa fonte sagrada e sempre fresca que é o Santo Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo, a verdadeira felicidade no Ano Novo.
"Nós, os monarcas, somos incontestavelmente constantes em um mundo em constante transformação. Pelo motivo de termos estado sempre aqui, mas também por não nos envolvermos na política cotidiana. Estamos informados das mudanças políticas que acontecem em nossas sociedades, mas não fazemos comentários sobre isso. É nisso que assumimos uma posição única. Nenhum dos outros monarcas europeus interfere na política."
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