por: Aldo B. Campagnola*
Nunca a dignidade nacional foi tão afrontada como nos últimos anos.
Da implantação da República até o fim dos anos 10 do século XX, a dignidade foi mantida porque ainda os estadistas vinham do Império, como o Barão do Rio Branco, que apesar de Monarquista, serviu à República, onde se destacou na solução definitiva da questão acreana e no traçado das fronteiras do Brasil com o Uruguai. Podemos citar outros estadistas como Ouro Preto, Sinimbu, Prudente de Moraes e Rui Barbosa. Sem esquecer os regentes, que formaram o caráter de Pedro II na minoridade, o que lhe permitiu tornar-se um dos mais clarividentes chefes de Estado da 2ª metade do século dezenove, reconhecido mundialmente por sua cultura, equilíbrio e espírito democrático. Com o desaparecimento desses estadistas, o processo republicano começou a se deteriorar já a partir da revolta do Forte de Copacabana em 1922.
Posteriormente, no governo Bernardes, que governou o Brasil por 4 anos sob estado de sítio, foi criada a chamada Coluna Prestes, que atravessou o território nacional. Com a deposição do presidente Washington Luiz, iniciaram-se os processos ditatoriais (1930/1933) com a 2ª Constituinte republicana (que durou de 1934 a 1937), quando se Implantou a 2ª ditadura na República. Esta terminou com a destituição de Vargas em outubro de 1945 e a criação da 3 ª Constituinte em 1946, que ensejou um período democrático de 1946 a 1964, quando o presidente João Goulart foi deposto.
O Brasil teve a sua 4ª Constituição republicana em 1967, período que se estendeu até 1985, com a eleição Indireta de Tancredo Neves. Em 1988 tivemos a 5ª Constituição, hoje em vigor. Na redemocratização, durante o governo Sarney, começaram a aparecer nos meios de comunicação os escândalos: concessões de rádios, financiamentos etc. e a mídia foi destacando os fatos; com a eleição de Collor, seu "impeachment" por crime de responsabilidade, baseado em fatos acontecidos durante e depois das eleições. Nos 8 anos de FHC também a mídia foi bastante alimentada, principalmente com assuntos referentes às privatizações. Mas o período a partir de 2003, com a eleição de Lula, até o presente momento, tem sido o mais fértil: mensalão, demissão de ministros, aparelhamento do estado etc., com a corrupção atingindo os Três Poderes.
Assim sendo, somente o restabelecimento da Monarquia no Brasil, com a designação de imperador, desligada dos compromissos eleitorais, um Pariamentarismo Clássico, voto distrital ou mesmo distrital misto, fim do voto obrigatório, investimento maciço em educação e saúde, poderá o Brasil voltar a ter a dignidade perdida com a Implantação da República Presidencial.
* Presidente do IBEM/RS
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