"Nós, os monarcas, somos incontestavelmente constantes em um mundo em constante transformação. Pelo motivo de termos estado sempre aqui, mas também por não nos envolvermos na política cotidiana. Estamos informados das mudanças políticas que acontecem em nossas sociedades, mas não fazemos comentários sobre isso. É nisso que assumimos uma posição única. Nenhum dos outros monarcas europeus interfere na política."

Margarethe II, Rainha da Dinamarca

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Monarquia, Federalismo e Abolição



Para muitos autores, a maior conquista da monarquia brasileira foi a nossa unidade nacional. 


Sem a centralização de poder nas mãos do Imperador, o Grão-Pará ou a República de Piratini poderiam hoje ser nações tão independentes quanto Chile ou Venezuela. (Se isso foi bom ou não é outra história.) 


Durante todo o século XIX, os defensores do Federalismo (ou seja, maior autonomia para as províncias) eram os republicanos: havia uma percepção generalizada de que nossa monarquia, centralizadora e escravista, seria incompatível tanto com o federalismo quanto com a abolição.


Joaquim Nabuco, entretanto, deputado pernambucano, era ao mesmo tempo monarquista, federalista e abolicionista e não via incompatibilidade alguma entre eles. Em 8 de agosto de 1888 (sim, 8/8/88), naquela breve janela entre a abolição e a república, ele defendeu essas idéias em um de seus mais belos discursos.

 (Reparem como ele já faz menção à idéia sulista de que carregavam o Norte nas costas.) Alguns trechos:



"A obra da monarquia no Brasil tem sido inconscientemente em parte, mas, em parte também com imenso sacrifício próprio, uma obra nacional por excelência. Em primeiro lugar, ela fez a Independência, foi a obra de Pedro I; em segundo lugar, e esta é a grande obra do Segundo Reinado, ela fez a unificação do povo brasileiro (apoiado); em terceiro lugar, ela fez a Abolição da escravidão, o que quer dizer a igualdade das duas raças vinculadas ao nosso solo. (Apoiados. Muito bem!)


Não há razão para que ela não faça agora a organização definitiva do país que libertou e igualou, sob a forma federal, a única que permite o crescimento legítimo e natural de todas as partes da comunhão. Acusa-se o Imperador e seu Reinado de ter estabelecido a centralização pesada que liga todo o País no Governo Central. É isto verdade, mas não há dúvida de que, se não fosse também a ação desta causa, o Brasil não se teria constituído em nação homogênea, e o território ter-se-ia talvez dividido em tantas regiões quantas são as diversas grandes zonas dos interesses nacionais. ...


Tivemos e teremos ainda, é certo, que pagar essa obra da unificação nacional com uma perda sensível da autonomia das Províncias. As Províncias perderam muito da sua antiga energia; o seu crescimento autônomo teria sido muito mais vigoroso, mas era preciso que durante o tempo da fusão nacional o sentimento particularista, autonomista não estivesse tão vivo como dantes. ...


A idéia federal não é uma idéia, em si, liberal ou conservadora, é uma idéia apenas devida local, é um recurso extremo de salvação para o Norte e uma medida de justiça e de eqüidade para o Sul.


Não é justo que Províncias, como a de São Paulo e outras, que se vão desenvolvendo e crescendo, carreguem com uma parte de responsabilidade além da quota que lhes deve pertencer; assim como, quando se nos propõem aqui esses gigantescos projetos que se dividem por todo o Império, é impossível repartir o beneficio de forma eqüitativa, e de sorte que o encargo da Província corresponda exatamente ao que lhe aproveitou. Eu sei que se lança sempre em rosto ao Norte a imensa despes aque o Império fez com a seca do Norte. 


Mas eu quero crer que, se nesse tempo houvesse já a independência das Províncias, ter-se-ia feito muito mais economicamente, com muito menos desmoralização para o povo, com muito menos ônus para o contribuinte e com muito mais moralidade para os contratos, do que foi feito todo esse imenso e desacreditado serviço da seca do Norte.


Terminando, Sr. Presidente, devo dizer que não acredito que a monarquia perca esta grande oportunidade de conseguir a clientela das Províncias, como já conseguiu a da raça negra.


A monarquia matou o colonialismo; matou depois o separatismo, o particularismo; matou o escravismo."


Mas sempre tem um gaiato:


O Sr. João Penido "E há de matar-se a si própria". (Riso.)



Dito e feito.

A Monarquia não sobreviveu à abolição e caiu de madura. 

O República renomeou o país Estados Unidos do Brasil e estabeleceu uma constituição federalista que possibilitou, entre outras coisas, a política do café-com-leite. 

Até que, um dia, um gaúcho baixinho amarrou seu cavalo num obelisco... mas isso já é outra história.

autor desconhecido. 

Um comentário:

  1. A quem diga e afirma com suas próprias razões de que a Monarquia não sobreviveu a abolição ou então que centralizou por demais a sua política interna, contudo afirmo que essas e tantas outras informações ou rabiscos de informações nada mais são do que pensamentos norteados por pouca leitura ou arrisco ainda, nenhuma leitura, entretanto se verificarmos em verdade, em verdade a Monarquia Brasileira está mais viva do que nunca e pronta para assumir o governo definitivamente. A Monarquia Brasileira, nunca deixou os corações dos verdadeiros Brasileiros; os impostores, ahh... esses sim se deixaram levar por uma forte aparência, de que era e na verdade não é; ou por uma forte vontade de se enriquecer a si próprio e seus inválidos núcleos de adeptos. Mas, tudo é trazido a tona, e hoje a Monarquia Brasileira goza de um momento esplendoroso, que está sendo aderida em massa pela população Brasileira.
    Pedro de Alcântara, D. Pedro II, Sua Majestade Real e Imperial, nutria pela Nação Brasileira, um amor infinito, sendo Luso-Brasileiro, nascido no Palácio de São Cristóvão, Rio de Janeiro, em 2 de dezembro de 1825, pôde fazer pela nossa linda nação o que aqueles que desejavam o seu lugar como governante não fizeram, pelo contrário, desde 15 de novembro de 1889, eles vem se atropelando, não possuem discernimento sobre o que é correto, estão tomados pela ganância, falta de caráter, falta de polidez, falta de ética, como vemos nos dizeres após atitudes errôneas de homens importantes dentre tantos, tais como:



    Manuel Deodoro da Fonseca
    Logo que chegou ao Rio de Janeiro, em 13 de setembro de 1889, após deixar Mato Grosso, sem maiores explicações ao governo, Deodoro escreveu numa carta a um sobrinho: "República no Brasil é coisa impossível porque será uma verdadeira desgraça. Os brasileiros estão e estarão muito mal-educados para republicanos. O único sustentáculo do nosso Brasil é a “Monarquia”; se mal com ela, pior sem ela".


    RuY Barbosa DE OLIVEIRA

    "A falta de justiça, Srs. Senadores, é o grande mal da nossa terra, o mal dos males, a origem de todas as nossas infelicidades, a fonte de todo nosso descrédito, é a miséria suprema desta pobre nação, na república.
    Essa foi a obra da república nos últimos anos.
    No outro regime (a Monarquia); o homem que tinha uma nódoa em sua vida era um homem perdido para todo o sempre - as carreiras políticas lhe estavam fechadas. Havia uma sentinela vigilante, de cuja severidade todos temiam a que, acesa no alto, guardava a redondeza, como um farol que não se apaga, em proveito da honra, da justiça e da moralidade gerais.
    Na república os tarados são os tarudos. Na república todos os grupos se alhearam do movimento dos partidos, da ação dos Governos, da prática das instituições. Contentamo-nos hoje com as fórmulas e aparências, porque estas mesmo vão se dissipando pouco a pouco, delas quase nada nos restando.
    Apenas temos os nomes, apenas temos a reminiscência, apenas temos a fantasmagoria de uma coisa que existiu, de uma coisa que se deseja ver reerguida, mas que, na realidade, se foi inteiramente. E nessa destruição geral de nossas instituições, a maior de todas as ruínas, Senhores, é a ruína da justiça, colaborada pela ação dos homens públicos, pelo interesse de nossos partidos, pela influência constante de nossos Governos. E nesse esboroamento da justiça, a mais grave de todas as ruínas é a falta de penalidade aos criminosos confessos, é a falta de punição quando se aponta um crime que envolve um nome poderoso, apontado, indicado, que todos conhecem... "
    É salutar meus caros amigos, entender que definitivamente, o Presidente de uma Ré-pública forjada nos pilares do inferno pensa tão somente na próxima eleição; Já a Sua Majestade Real e Imperial pensa na próxima geração!
    Monarquia Já!
    Por um BRASIL, verdadeiramente justo.

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