Larissa Gama
O alicerce é importante para todo tipo construção civil. No
mundo político não é diferente: para se construir um país baseado na boa
cidadania é necessário compreender como funciona o topo e a base do poder
político. É fundamental!
A idéia de poder é, muitas vezes, comparada a uma
pirâmide: o grande encontra-se no topo e
o menor localiza-se na base. Contudo, quando se observa bem, percebe-se que a
base é maior que o topo.
Quando se olha bem para a pirâmide imaginária constata-se
que o topo é não só menor que a base como também menos necessário que a mesma!
Observe: dizer que algo é menos necessário não significa dizer que não é
necessário. Assim é a idéia da palavra Fundamental: um conceito extremamente
importante não só na sua significância, mas principalmente na sua utilidade! E
este termo encontra-se não no topo da nossa pirâmide imaginária: localiza-se na
base.
A razão de se entender que o topo parece ser mais importante
do que a base encontra-se na nossa lógica de que o que é mais importante está
em cima e o menos importante está em baixo. Contudo, atentando-se firmemente,
não é necessário inverter a pirâmide para colocar a base como mais importante
do que o topo.
A pirâmide necessita, deve e tem que ser do jeito que é: o
topo em cima, a base em baixo. Sabe por que? Porque a importância da base
reside justamente no fato de ela se encontrar em baixo do topo! Por qual
motivo? Pela razão de que, se a base não se encontrasse abaixo do topo, este
não dependeria da mesma como seu sustentáculo.
A importância da base é fundamental, pois sem a base o topo
não existiria. Este conceito é imprescindível para o conceito de cidadania,
para a nossa visão otimista e confiante de nós como povo.
O Poder encontra-se no topo, os cidadãos encontram-se na
base e, por causa disso, é o povo maior e elevado em importância do que o Poder
no sentido de que aquele é quem valida, constitui e sustenta o Poder daqueles
que o próprio povo colocou no topo! Sem os cidadãos o Poder não tem sua razão
de existir, não pode vir a ser sem os indivíduos que são a razão primeira da
sua constituição no Topo, da Administração.
E, assim como a base é maior em tamanho, o Povo é maior do
que aqueles que são constituídos de Poder em número. Assim como o Poder, para
ser legítimo, precisa ser apoiado pelo Povo, assim o faz a base com o topo da
nossa pirâmide imaginária, sem necessitar ser invertida.
Então, qual é a significância do termo fundamental? Não é
senão o alicerce de algo, e este não se
encontra no topo, mas na base. O topo não se mantém por si mesmo, quem o segura
é a base, a qual vem antes daquele e é ela que o sustenta e valida. O topo
precisa da base, mas esta não deixa de subsistir sem aquele, sendo ele somente
a extensão da base. Assim também o Poder de um povo é tão somente a extensão
daquele povo. Se é um povo atuante, que faz valer os seus direitos, que não é
negligente nem omisso com seus Pactos Sociais, então o Poder deste povo será um
verdadeiro promotor de direitos e deveres em sua sociedade, de forma a ser a
extensão dos valores básicos consagrados pelo seu alicerce, o povo.
Se o Poder que rege um povo não reflete a sua base, ou seja,
não é a extensão da essência e dos anseios do povo, isso significa que a
própria base dele está debilitada ou inativa.
Igualmente, a Magna Carta de uma Nação consiste no Topo
político dela, pois nada mais é do que a extensão da essência sólida dos
valores e hábitos intrínsecos daquele Povo.
Vê-se que, quando se tem a sensação de que o topo deixa de
depender da base, percebe-se que ele tende a extinguir-se por si próprio por
falta de sustentação, pois da base ele é servido e por este motivo não pode
deixar de "beber" da fonte daquela base. Uma sociedade de verdadeiros
cidadãos é aquela que não só entende,
mas tem como hábito, como costume compreender que aqueles que detém o poder
deixam de o ser quando deixam de servir o Povo da mesma maneira com que é
servido.
Este conceito não é novo, mas infelizmente é um conceito
muito desconhecido por parte dos entes políticos da maioria, senão todas, das
nações que se auto intitulam Democráticas de Direito.
Base e topo se complementam, existem juntas e possuem sua
razão de ser e sua própria importância!
Poder e povo, igualmente. Ambos
precisam exercer suas funções, caso contrário o caos é certeiro. Um povo omisso
gerará soberanos negligentes e uma nação assim não subsistirá!
Portanto, está
mais do que na hora, principalmente no Brasil nesse período eleitoral, de
refletir sobre o corpo político-coletivo como um todo e fazer, depois, os
devidos reparos, pois somente assim construiremos um Estado Político capaz de
suprir as ânsias de seus cidadãos!
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